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CHUJI SETO TAKEGUMA (1944-2008)
Cláudio Seto, precursor do mangá no país
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que completou
60 anos, amigos e familiares
decidiram preparar uma festa surpresa para Chuji Seto
Takeguma. Só que o aniversariante não aparecia.
Quando a idéia ameaçava
fracassar, foi Chuji quem
surpreendeu a todos -estava disfarçado entre as pessoas, vestido de mulher, e
ninguém desconfiou.
"Ele pregava peça em todo
mundo", lembra a amiga jornalista, com quem escrevia
um livro sobre a imigração
japonesa no Paraná.
Identificá-lo com o nome
de registro, porém, é não
identificá-lo. Chuji era conhecido como Cláudio Seto,
o mesmo nome de seu irmão
gêmeo. A história é longa, e
era ele quem contava.
Dizia que a avó, imigrante
japonesa, acreditava que só
se podia ter um filho de cada
vez. Para ela, ter dois ou mais
filhos de uma única vez era
comum apenas aos bichos.
Quando os netos nasceram
gêmeos, a avó ficou assustada, achando que era um castigo divino, e escondeu um
dos meninos, Cláudio, que
foi morar no Japão.
Tempos depois, Chuji acabou sendo batizado como
Cláudio também, para receber o diploma na escola, que
não entregava o título para
alunos pagãos. E foi como
Cláudio que ficou conhecido
o pioneiro do mangá (história em quadrinhos em estilo
japonês) no Brasil.
Depois de morar um período no Japão, começou como
pintor de portas de caminhão. Descoberto, foi trabalhar na seção de desenhos de
uma fábrica. Tempos depois,
conseguiu publicar seus desenhos. Por sua obra, ganhou
prêmios. Ultimamente, trabalhava em jornais no PR.
Cultivava bonsais também
-chegou a ter mais de mil. O
avô foi um dos introdutores
da árvore no Brasil.
Cláudio morreu na madrugada de domingo, em Curitiba, aos 64, vítima de um AVC
(acidente vascular cerebral).
Deixa mulher e três filhos.
obituario@grupofolha.com.br
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