São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2008

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CHUJI SETO TAKEGUMA (1944-2008)

Cláudio Seto, precursor do mangá no país

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que completou 60 anos, amigos e familiares decidiram preparar uma festa surpresa para Chuji Seto Takeguma. Só que o aniversariante não aparecia.
Quando a idéia ameaçava fracassar, foi Chuji quem surpreendeu a todos -estava disfarçado entre as pessoas, vestido de mulher, e ninguém desconfiou.
"Ele pregava peça em todo mundo", lembra a amiga jornalista, com quem escrevia um livro sobre a imigração japonesa no Paraná.
Identificá-lo com o nome de registro, porém, é não identificá-lo. Chuji era conhecido como Cláudio Seto, o mesmo nome de seu irmão gêmeo. A história é longa, e era ele quem contava.
Dizia que a avó, imigrante japonesa, acreditava que só se podia ter um filho de cada vez. Para ela, ter dois ou mais filhos de uma única vez era comum apenas aos bichos.
Quando os netos nasceram gêmeos, a avó ficou assustada, achando que era um castigo divino, e escondeu um dos meninos, Cláudio, que foi morar no Japão.
Tempos depois, Chuji acabou sendo batizado como Cláudio também, para receber o diploma na escola, que não entregava o título para alunos pagãos. E foi como Cláudio que ficou conhecido o pioneiro do mangá (história em quadrinhos em estilo japonês) no Brasil.
Depois de morar um período no Japão, começou como pintor de portas de caminhão. Descoberto, foi trabalhar na seção de desenhos de uma fábrica. Tempos depois, conseguiu publicar seus desenhos. Por sua obra, ganhou prêmios. Ultimamente, trabalhava em jornais no PR.
Cultivava bonsais também -chegou a ter mais de mil. O avô foi um dos introdutores da árvore no Brasil.
Cláudio morreu na madrugada de domingo, em Curitiba, aos 64, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). Deixa mulher e três filhos.

obituario@grupofolha.com.br



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