São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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Para museu, uso de vigias é mais eficiente

Direção do Masp afirma que esse modelo de segurança segue padrões internacionais adotados em outros museus pelo mundo

Delegado diz considerar a segurança do local "boa"; museu tem planos de melhorar segurança com a instalação de equipamentos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Masp informou por meio de sua assessoria de imprensa que considera o uso de vigilantes em sistema de ronda a mais eficiente forma de segurança para as obras de arte.
Vigilantes, na avaliação da direção do museu, ouvem, olham e falam -e esse tipo de intervenção humana funciona melhor do que sensores ou alarmes. Tanto que o museu nunca havia sofrido nenhum roubo ou furto em 60 anos.
De acordo com o Masp, esse modelo de segurança segue os mesmos padrões internacionais adotados em outros museus pelo mundo.
Para o delegado Marcos Gomes de Moura, titular do 78º Distrito Policial, nos Jardins, que investiga o furto, "a segurança do Masp é boa".
O museu tem planos de incluir um sistema misto de segurança, que mescla equipamentos eletrônicos e ação dos vigilantes. A Folha apurou, no entanto, que o Masp não dispõe de recursos para fazer esse tipo de investimento.
As verbas que a prefeitura dá ao museu são suficientes apenas para o pagamento de funcionários e custeio da instituição, segundo o Masp.
O presidente do Masp, Julio Neves, não quis dar entrevistas ontem para comentar o furto nem falar sobre o sistema de segurança do museu, o mais importante da América Latina.

Incentivo
O museu conseguiu no último dia 14 um meio para implantar um novo sistema de segurança. O Ministério da Cultura aprovou um projeto de incentivos para o Masp, por meio da Lei Rouanet, segundo o qual o museu poderá captar até R$ 8,1 milhões para uso na infra-estrutura do prédio.
Os recursos desse programa devem ser usados para reformar o edifício e implantar o novo sistema de segurança, segundo a Folha apurou.
Outro problema no sistema de segurança são as câmeras de monitoramento de TV. Elas não possuem um sensor infravermelho para captar imagens com qualidade e nitidez no escuro. A qualidade das imagens é tão precária que a sua resolução terá de ser melhorada por equipamentos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.
A Polícia Militar já chegou a manter carros dentro do vão livre do museu durante dias de grande concentração de pessoas no local.
Ontem, a PM informou que somente o entorno do Masp foi patrulhado por carros oficiais e da Força Tática.
A polícia informou também que não entra com seu carro no vão livre porque a segurança do Masp é privada e cabe a eles vigiar o local. (MARIO CESAR CARVALHO E KLEBER TOMAZ)

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