São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"O LAVRADOR DE CAFÉ"

De temática social, obra deu a Portinari o seu primeiro prêmio no exterior

DA REPORTAGEM LOCAL

Há uma discrepância na datação de "O Lavrador de Café", de Candido Portinari (1903 1962): segundo a ficha técnica do Masp, ela é de 1939, enquanto no site do Projeto Portinari, que tem à frente o professor João Candido Portinari, filho do artista, a obra seria de 1934.
Pela semelhança de estilo -"O Mestiço", também do artista, que pertence à Pinacoteca do Estado, tem as mesmas características de "O Lavrador de Café", o provável é que a obra seja mesmo de 1934.
O fato é que a temática social foi uma das mais recorrentes em Portinari. Só sobre o café, o pintor realizou 56 obras, de acordo com o Projeto Portinari.
Com "Café", que hoje pertence ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, o artista conquistou seu primeiro prêmio estrangeiro, a 2ª Menção Honrosa do Carnegie Institute, em Pittsburgh, nos EUA, em 1935. E, até em 1960, dois anos antes de sua morte, ele seguiu pintando essa temática.
Vítima de sua própria obra, pois morreu precocemente em decorrência da intoxicação com tintas, Portinari foi um trabalhar contumaz, deixando mais de cinco mil obras catalogadas. Membro do Partido Comunista, ele incorporou as classes trabalhadores e os tipos nacionais, como índios, negros e mestiços, e heróis como Tiradentes em suas obras.
Depois do prêmio nos EUA, ele tornou-se um espécie de pintor oficial do país, realizando murais e painéis externos de azulejos, como no Ministério da Educação, da equipe liderada por Oscar Niemeyer, no Rio, em 1943, e a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, em 1944, do mesmo arquiteto.
"Lavrador de Café" já foi exibida em vários países, como Chile (1980), Japão (1982) e Suíça (1993), além de ter participado de exposições em várias cidades brasileiras, entre elas, Salvador (1963) e Curitiba (1985). (FCY)


Texto Anterior: "Retrato de Suzanne Bloch": Tela que mostra cantora wagneriana foi a última obra da fase azul de Picasso
Próximo Texto: Para museu, uso de vigias é mais eficiente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.