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"O LAVRADOR DE CAFÉ"
De temática social, obra deu a Portinari o seu primeiro prêmio no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma discrepância na datação de "O Lavrador de Café",
de Candido Portinari (1903
1962): segundo a ficha técnica
do Masp, ela é de 1939, enquanto no site do Projeto Portinari,
que tem à frente o professor
João Candido Portinari, filho
do artista, a obra seria de 1934.
Pela semelhança de estilo
-"O Mestiço", também do artista, que pertence à Pinacoteca
do Estado, tem as mesmas características de "O Lavrador de
Café", o provável é que a obra
seja mesmo de 1934.
O fato é que a temática social
foi uma das mais recorrentes
em Portinari. Só sobre o café, o
pintor realizou 56 obras, de
acordo com o Projeto Portinari.
Com "Café", que hoje pertence ao Museu Nacional de Belas
Artes, no Rio de Janeiro, o artista conquistou seu primeiro
prêmio estrangeiro, a 2ª Menção Honrosa do Carnegie Institute, em Pittsburgh, nos EUA,
em 1935. E, até em 1960, dois
anos antes de sua morte, ele seguiu pintando essa temática.
Vítima de sua própria obra,
pois morreu precocemente em
decorrência da intoxicação
com tintas, Portinari foi um
trabalhar contumaz, deixando
mais de cinco mil obras catalogadas. Membro do Partido Comunista, ele incorporou as
classes trabalhadores e os tipos
nacionais, como índios, negros
e mestiços, e heróis como Tiradentes em suas obras.
Depois do prêmio nos EUA,
ele tornou-se um espécie de
pintor oficial do país, realizando murais e painéis externos de
azulejos, como no Ministério
da Educação, da equipe liderada por Oscar Niemeyer, no Rio,
em 1943, e a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, em
1944, do mesmo arquiteto.
"Lavrador de Café" já foi exibida em vários países, como
Chile (1980), Japão (1982) e
Suíça (1993), além de ter participado de exposições em várias
cidades brasileiras, entre elas,
Salvador (1963) e Curitiba
(1985).
(FCY)
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