São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

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UnB diz que falha causou terremoto e prevê mais abalos

Observatório Sismológico diz que tremor que matou menina em MG no dia 9 foi causado por movimentação de falha tectônica

Até que a falha se acomode totalmente, ocorrerão pequenos tremores, perceptíveis ou não, por período indeterminado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O tremor de terra registrado no dia 9 na região de Itacarambi, em Minas Gerais, e que matou uma menina de cinco anos foi, de fato, um terremoto, de 4,9 pontos na escala Richter, causado por movimentação de falha tectônica. A afirmação está em relatório divulgado ontem pelo Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília).
Enquanto a falha não se acomodar totalmente, continuarão ocorrendo "pós-abalos" -pequenos tremores, perceptíveis ou não-, por um período indeterminado, que pode se prolongar por anos.
Às 6h37 de ontem, o observatório registrou um abalo de 1,2 grau na escala Richter na região mineira -imperceptível para os moradores.
O motivo do tremor não é consenso entre os especialistas. Há quem defenda ter sido não um terremoto, mas um tremor ocasionado por colapso (desabamento) de cavernas -hipótese descartada pela UnB.
"A magnitude do evento do dia 9 produziu energia equivalente à detonação de uma carga explosiva de 32 mil toneladas, o que dificilmente seria gerado por colapso de uma caverna", diz o relatório divulgado ontem pelo chefe do observatório, Lucas Vieira Barros.

Falha inativa
Pressões internas acumuladas durante anos teriam movimentado uma falha na placa tectônica. Como não há registro de tremor na região antes de maio deste ano, é possível que a falha estivesse inativa, de acordo com Barros.
O professor George Sand de França, também do observatório, afirma que esse terremoto -o maior já registrado em Minas Gerais e o 14º maior no país- serve de marco.
"Agora tivemos coragem de dizer que houve terremoto. Antes, a gente minimizava", disse.
Apesar de ser impossível prever um novo terremoto, a experiência de observação de ciclos de tremores no mundo aponta para a possibilidade de um novo abalo ocorrer em Mato Grosso num futuro próximo.
Barros diz que um terremoto de 6 graus na escala Richter tem um ciclo de repetição de cerca de 50 ou 60 anos. O último que atingiu Mato Grosso foi em 1955 (de 6,2 graus).
Além de Minas e Mato Grosso, o observatório identifica como sensíveis a abalos os seguintes Estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e São Paulo. (JOHANNA NUBLAT)


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