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UnB diz que falha causou terremoto e prevê mais abalos
Observatório Sismológico diz que tremor que matou menina em MG no dia 9 foi causado por movimentação de falha tectônica
Até que a falha se acomode totalmente, ocorrerão pequenos tremores, perceptíveis ou não, por período indeterminado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O tremor de terra registrado
no dia 9 na região de Itacarambi, em Minas Gerais, e que matou uma menina de cinco anos
foi, de fato, um terremoto, de
4,9 pontos na escala Richter,
causado por movimentação de
falha tectônica. A afirmação está em relatório divulgado ontem pelo Observatório Sismológico da UnB (Universidade de
Brasília).
Enquanto a falha não se acomodar totalmente, continuarão ocorrendo "pós-abalos"
-pequenos tremores, perceptíveis ou não-, por um período
indeterminado, que pode se
prolongar por anos.
Às 6h37 de ontem, o observatório registrou um abalo de 1,2
grau na escala Richter na região
mineira -imperceptível para
os moradores.
O motivo do tremor não é
consenso entre os especialistas.
Há quem defenda ter sido não
um terremoto, mas um tremor
ocasionado por colapso (desabamento) de cavernas -hipótese descartada pela UnB.
"A magnitude do evento do
dia 9 produziu energia equivalente à detonação de uma carga
explosiva de 32 mil toneladas, o
que dificilmente seria gerado
por colapso de uma caverna",
diz o relatório divulgado ontem
pelo chefe do observatório, Lucas Vieira Barros.
Falha inativa
Pressões internas acumuladas durante anos teriam movimentado uma falha na placa
tectônica. Como não há registro de tremor na região antes
de maio deste ano, é possível
que a falha estivesse inativa, de
acordo com Barros.
O professor George Sand de
França, também do observatório, afirma que esse terremoto
-o maior já registrado em Minas Gerais e o 14º maior no
país- serve de marco.
"Agora tivemos coragem de
dizer que houve terremoto. Antes, a gente minimizava", disse.
Apesar de ser impossível prever um novo terremoto, a experiência de observação de ciclos
de tremores no mundo aponta
para a possibilidade de um novo abalo ocorrer em Mato
Grosso num futuro próximo.
Barros diz que um terremoto
de 6 graus na escala Richter
tem um ciclo de repetição de
cerca de 50 ou 60 anos. O último que atingiu Mato Grosso foi
em 1955 (de 6,2 graus).
Além de Minas e Mato Grosso, o observatório identifica como sensíveis a abalos os seguintes Estados: Ceará, Rio Grande
do Norte, Pernambuco e São
Paulo.
(JOHANNA NUBLAT)
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