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Ministro pode incriminar responsáveis
free-lance para a Folha
O ministro do Meio Ambiente,
José Sarney Filho, disse ontem
que pode responsabilizar criminalmente, "com risco de prisões",
os responsáveis pelo vazamento
de óleo na baía de Guanabara. A
afirmação foi feita após o ministro ter sobrevoado a área atingida.
"Não vamos deixar de responsabilizar ambientalmente, com
riscos dessa responsabilidade
chegar à área criminal, os responsáveis pelo crime ambiental."
Para o ministro, a multa a ser
aplicada à Petrobras deverá ser "a
mais rigorosa possível". O valor,
segundo ele, dependerá do laudo
técnico do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente).
Segundo Sarney Filho, o laudo
está sendo feito por três especialistas do Ibama que vão calcular o
prejuízo ambiental. O documento
deverá ser entregue ao ministro
até a próxima quinta-feira.
O ministro elogiou o trabalho
da Petrobras após o acidente. Segundo ele, a empresa estatal apresenta "um excelente trabalho junto ao meio ambiente".
O ministro disse que não cogita
a hipótese de fechar a Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), onde
aconteceu o acidente. "Se fecharmos a refinaria, eles vão alegar
que não têm dinheiro para cumprir com suas obrigações legais."
O secretário estadual de Meio
Ambiente, André Corrêa, disse
que o Estado não vai mais multar
a Petrobras. Para o secretário, o
valor das duas multas (cerca de
R$ 47 mil cada uma) é "ridículo".
Segundo ele, é preferível deixar
a multa a cargo do governo federal para não haver uma "armação
jurídica". "Pagam a multa de menor valor primeiro e deixam a outra de lado", disse.
O presidente da Petrobras, Henri Reichstul, afirmou que não vai
deixar de pagar a multa estabelecida pelo governo federal. Se o valor for muito alto, disse que preferiria usar o dinheiro para a recuperação ambiental. Segundo ele, a
estatal arrecada US$ 22 bilhões
por ano e investe US$ 200 milhões
em meio ambiente.
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