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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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OUTRO LADO

"Julgo sem ver o nome da parte ou do advogado"

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desembargador Eustáquio Silveira afirmou que nunca fez "campanha" pelo advogado Márcio de Assis Borges, mas disse que votou no nome dele para a lista tríplice que foi encaminhada à Presidência da República.
O desembargador confirma ter convidado Borges para trabalhar em seu gabinete, no Tribunal Regional Federal.
"Houve uma mudança na Caixa e ele perdeu a função. Ficou chateado e me pediu para ficar [no gabinete". Ele recebia salários pela Caixa", disse Silveira.
Ele afirma que ocupava o posto de corregedor do tribunal quando o advogado impetrou o pedido de habeas corpus em favor do traficante Leonardo Dias Mendonça.
Por causa disso, o processo não poderia chegar às mãos do desembargador. Se chegasse, ele não veria problemas em julgá-lo, apesar de o pedido ter sido feito por um "amigo próximo".
Questionado sobre se julgaria um processo de Borges, Silveira disse que sim. "Legalmente, não [há problemas", porque a lei só estabelece impedimento quando há amizade com a parte. Julgo normalmente, sem ver o nome da parte ou do advogado. Não atento para isso."
O advogado Eduardo Toledo, que representa Márcio de Assis Borges, nega o envolvimento de seu cliente na suposta rede irregular de negociação de habeas corpus.
Segundo Toledo, Borges nunca manteve contato com o ex-deputado Pinheiro Landim. O relacionamento de Borges era com Igor da Silveira, filho do desembargador Eustáquio Silveira.
A Folha não conseguiu localizar Igor da Silveira. Na última sexta-feira, a representação do Estado do Amazonas em Brasília, onde ele trabalhava, disse que ele não poderia atender a reportagem.
Anteontem, a representação informou que o filho do desembargador já não trabalha mais lá. Ele não respondeu aos recados deixados pela reportagem.


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