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OUTRO LADO
"Julgo sem ver o nome da parte ou do advogado"
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desembargador Eustáquio
Silveira afirmou que nunca fez
"campanha" pelo advogado
Márcio de Assis Borges, mas
disse que votou no nome dele
para a lista tríplice que foi encaminhada à Presidência da República.
O desembargador confirma
ter convidado Borges para trabalhar em seu gabinete, no Tribunal Regional Federal.
"Houve uma mudança na
Caixa e ele perdeu a função. Ficou chateado e me pediu para
ficar [no gabinete". Ele recebia
salários pela Caixa", disse Silveira.
Ele afirma que ocupava o
posto de corregedor do tribunal quando o advogado impetrou o pedido de habeas corpus
em favor do traficante Leonardo Dias Mendonça.
Por causa disso, o processo
não poderia chegar às mãos do
desembargador. Se chegasse,
ele não veria problemas em julgá-lo, apesar de o pedido ter sido feito por um "amigo próximo".
Questionado sobre se julgaria
um processo de Borges, Silveira disse que sim. "Legalmente,
não [há problemas", porque a
lei só estabelece impedimento
quando há amizade com a parte. Julgo normalmente, sem ver
o nome da parte ou do advogado. Não atento para isso."
O advogado Eduardo Toledo,
que representa Márcio de Assis
Borges, nega o envolvimento
de seu cliente na suposta rede
irregular de negociação de habeas corpus.
Segundo Toledo, Borges
nunca manteve contato com o
ex-deputado Pinheiro Landim.
O relacionamento de Borges
era com Igor da Silveira, filho
do desembargador Eustáquio
Silveira.
A Folha não conseguiu localizar Igor da Silveira. Na última
sexta-feira, a representação do
Estado do Amazonas em Brasília, onde ele trabalhava, disse
que ele não poderia atender a
reportagem.
Anteontem, a representação
informou que o filho do desembargador já não trabalha
mais lá. Ele não respondeu aos
recados deixados pela reportagem.
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