DA AGÊNCIA FOLHA

Antes de obter na Justiça o direito de pagar apenas 50% da mensalidade na universidade, Rosenalva da Silva, 37, diz que pensou em desistir do curso. A decisão, afirma, foi uma "luz no fim do túnel". (MP)

 

FOLHA - Como conseguiu cursar a faculdade até aqui?
ROSENALVA DA SILVA - Foi uma dificuldade imensa. Meu pai pegou crédito consignado. Fiquei endividada com ele.

FOLHA - Acha que foi injustiçada pelo sistema de bolsas?
ROSENALVA - Não acho justo não poder cursar uma faculdade como meus colegas, que estudaram em escolas particulares. (...) Já tive que pagar a escola particular para melhorar o que tive no ensino médio. (...) Nossa renda, ao todo, dá mais ou menos dois salários mínimos e meio.

FOLHA - Essa indefinição atrapalhou?
ROSENALVA - Bastante. Passei bastante nervoso e meu rendimento foi prejudicado. Fiquei até de DP [dependência] numa matéria. Comecei a trabalhar e tive de sair mais cedo das aulas. Perdi algumas. É um curso puxado.

FOLHA - Pensou em desistir?
ROSENALVA - Por enquanto, estou como desistente. (...) Nem fiz inscrição para o terceiro semestre. Estava endividada e sabia que não poderia pagar.

FOLHA - Acha que vai conseguir se formar?
ROSENALVA - Vou ver se é melhor trancar [o atual semestre do curso] e voltar com força total em julho. Trabalho em farmácia desde 1991. Sempre foi meu sonho fazer uma faculdade de farmácia.


Texto Anterior: Decisão é surpreendente, diz universidade
Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: Pequeno roteiro para consultar dicionários
Índice