São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kassab culpa chuva; no Grajaú, é vaiado

Prefeito foi vaiado por moradores da zona sul que acompanhavam resgate de três pessoas que morreram soterradas na região

O piscinão Pedreira, o maior da cidade, em Guaianases, transbordou pela primeira vez desde que havia sido inaugurado, há sete anos

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) voltou a culpar as chuvas "em excesso" por mais um dia de caos. Mas, dessa vez, afirmou que a ocupação e o crescimento desordenados da cidade contribuíram para agravar a situação. A declaração foi dada pela manhã na sede da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), na região central.
Após a entrevista, Kassab foi para o Grajaú (zona sul), uma das regiões mais afetadas pela chuva e onde três pessoas morreram soterradas. Foi vaiado por moradores que acompanhavam o trabalho de resgate.
No último dia 8, ele já havia sido hostilizado por moradores do Jardim Pantanal, na zona leste, bairro constantemente alagado pelas chuvas.

Investimentos
Pela manhã, Kassab defendeu os investimentos que sua gestão tem feito em obras de drenagem, mas admitiu que muita coisa ainda precisa ser feita. Em áreas de risco, disse que "milhares e milhares de famílias" foram atendidas nos últimos cinco anos e que a prefeitura contratou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para fazer novo mapa de risco.
"Esse novo estudo do IPT é para que possamos atualizar os nossos cadastros e errar pouco ou quase nada nos investimentos da prefeitura, beneficiando as áreas mais críticas, principalmente a população que mora nessas áreas."
Para minimizar as enchentes, Kassab defendeu a redução das áreas impermeáveis com a construção de mais parques e o prosseguimento das obras de drenagem, como as realizadas nas bacias dos córregos Aricanduva e Pirajussara.
Ontem, no entanto, essas duas bacias tiveram problemas. O Pirajussara transbordou, mesmo com a inauguração na semana passada -com as presenças de Kassab e do governador José Serra (PSDB)- do piscinão Sharp, na divisa com Taboão da Serra.
Na bacia do Aricanduva, o piscinão Pedreira, o maior da cidade -1,5 milhão m3-, em Guaianases (zona leste), transbordou pela primeira vez desde que foi inaugurado, em 2003, porque as duas bombas não deram conta do volume de água.
O governador cancelou ontem uma visita que faria a Ribeirão Preto -disse que o motivo foi a chuva. No Twitter, falou sobre a chuva em excesso. "É um "ano anômalo", dizem os especialistas", escreveu Serra, que fez um sobrevoo sobre a Grande SP. (EVANDRO SPINELLI)


Texto Anterior: Mauricio de Sousa fica preso uma hora no carro com o filho
Próximo Texto: Aguaceiro: Na capital, apenas em quatro dias do mês não choveu
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.