São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo anula 2ª fase de concurso sob investigação

Segurança ainda não definiu novas datas de provas do concurso para fotógrafo do IC

Em dezembro, após reportagens da Folha, suspeitas de ligação com fraudes derrubaram dois diretores do órgão

ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, anunciou ontem no "Diário Oficial" a anulação de toda a segunda fase -entrevista pessoal e exame oral- do concurso para fotógrafo do Instituto de Criminalística. Em dezembro, suspeitas de ligação com fraudes derrubaram dois diretores do IC.
Em 30 de novembro, a Folha revelou que o concurso para fotógrafo pericial, que teve 17.621 inscritos, havia sido fraudado para beneficiar candidatos ligados a funcionários. Em julho, a reportagem já havia registrado em cartório nomes de três candidatos que seriam aprovados.
A investigação em andamento na Corregedoria-Geral da Polícia Civil está na fase em que os beneficiados serão interrogados. Não há como dizer se a primeira fase da disputa por um cargo com salário de R$ 2.246 será ou não anulada.
Existe a suspeita, pela corregedoria, de que os beneficiados na segunda fase também tenham sido ajudados com uma espécie de cursinho preparatório para a prova escrita (a primeira etapa), dentro do IC.
A segunda fase será refeita, mas as datas não foram definidas, diz a secretaria. Dos 415 candidatos nesta etapa, 128 haviam sido aprovados. Nenhum chegou a assumir o posto.
A decisão do secretário Ferreira Pinto foi tomada a partir da análise do setor jurídico.
Os dois principais responsáveis pelo concurso, os delegados Adilson José Vieira Pinto (diretor da Academia de Polícia) e Jurandir Correia de Sant'Anna (presidente da comissão do concurso), não quiseram se manifestar ontem.
Um dos candidatos aprovados na prova oral, André das Eiras Braiani é parente do ex-diretor do IC José Domingos Moreira das Eiras, afastado do cargo no fim de dezembro.
Ontem, Eiras disse não ter sido o único a entrevistar candidatos e que a corregedoria precisa ir atrás dos outros entrevistadores também.
Segundo Ricardo Fadul das Eiras, filho e advogado do ex-chefe do IC, não houve benefício a Braiani. Na prova oral, Braiani não conseguiu responder corretamente questões como a definição de um quadrado ou em qual região fica a Bahia.
Outro concurso também está sob investigação. O segundo homem mais importante da hierarquia do IC até dezembro, quando deixou o cargo, Osvaldo Negrini Neto, foi acusado por seis integrantes da banca do concurso para peritos de 2005 de vender gabaritos e incluir irregularmente reprovados na lista de aprovados.
Negrini, que presidia a banca, nega as acusações.


Texto Anterior: Acidente: Músico de banda inglesa morre afogado em praia de Aracaju
Próximo Texto: Rio: Uerj investiga pichações racistas dentro do campus
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.