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Governo anula 2ª fase de concurso sob investigação
Segurança ainda não definiu novas datas de provas do concurso para fotógrafo do IC
Em dezembro, após reportagens da Folha, suspeitas de ligação com fraudes derrubaram
dois diretores do órgão
ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança,
Antonio Ferreira Pinto, anunciou ontem no "Diário Oficial"
a anulação de toda a segunda fase -entrevista pessoal e exame
oral- do concurso para fotógrafo do Instituto de Criminalística. Em dezembro, suspeitas
de ligação com fraudes derrubaram dois diretores do IC.
Em 30 de novembro, a Folha
revelou que o concurso para fotógrafo pericial, que teve 17.621
inscritos, havia sido fraudado
para beneficiar candidatos ligados a funcionários. Em julho, a
reportagem já havia registrado
em cartório nomes de três candidatos que seriam aprovados.
A investigação em andamento na Corregedoria-Geral da
Polícia Civil está na fase em
que os beneficiados serão interrogados. Não há como dizer
se a primeira fase da disputa
por um cargo com salário de R$
2.246 será ou não anulada.
Existe a suspeita, pela corregedoria, de que os beneficiados
na segunda fase também tenham sido ajudados com uma
espécie de cursinho preparatório para a prova escrita (a primeira etapa), dentro do IC.
A segunda fase será refeita,
mas as datas não foram definidas, diz a secretaria. Dos 415
candidatos nesta etapa, 128 haviam sido aprovados. Nenhum
chegou a assumir o posto.
A decisão do secretário Ferreira Pinto foi tomada a partir
da análise do setor jurídico.
Os dois principais responsáveis pelo concurso, os delegados Adilson José Vieira Pinto
(diretor da Academia de Polícia) e Jurandir Correia de Sant'Anna (presidente da comissão do concurso), não quiseram se manifestar ontem.
Um dos candidatos aprovados na prova oral, André das
Eiras Braiani é parente do ex-diretor do IC José Domingos
Moreira das Eiras, afastado do
cargo no fim de dezembro.
Ontem, Eiras disse não ter sido o único a entrevistar candidatos e que a corregedoria precisa ir atrás dos outros entrevistadores também.
Segundo Ricardo Fadul das
Eiras, filho e advogado do ex-chefe do IC, não houve benefício a Braiani. Na prova oral,
Braiani não conseguiu responder corretamente questões como a definição de um quadrado
ou em qual região fica a Bahia.
Outro concurso também está
sob investigação. O segundo
homem mais importante da
hierarquia do IC até dezembro,
quando deixou o cargo, Osvaldo Negrini Neto, foi acusado
por seis integrantes da banca
do concurso para peritos de
2005 de vender gabaritos e incluir irregularmente reprovados na lista de aprovados.
Negrini, que presidia a banca, nega as acusações.
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