São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2001

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Motim de presos em Pirajuí acaba com três feridos e um decapitado

ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA,

EM RIBEIRÃO PRETO
Um preso decapitado e três feridos graves. Esse foi o resultado da rebelião de 15 horas dos 870 presos da Penitenciária 1 de Pirajuí (400 km a noroeste de SP). O motim terminou ontem, às 5h30, com a libertação dos sete agentes penitenciários feitos reféns.
Segundo o coronel Luiz Roberto Carchedi, subcomandante da Polícia Militar na região de Bauru, a revolta foi um ato de apoio ao PCC e uma resposta às cobranças dos detentos de Pirajuí 2, que já tinham matado um companheiro no domingo e cortado sua cabeça.
Seis detentos ligados ao PCC, que tinham sido transferidos de Guarulhos na segunda-feira, comandados pelo preso conhecido como "Chacal", lideraram a rebelião na Pirajuí 1.
O corpo e a cabeça do assaltante Ronaldo Certório, 26, de Ribeirão Preto, foram jogados da muralha que cerca a penitenciária.
Manoel Batista Barbosa, 49, Paulo César Pereira, 30, e Antonio Pereira Gomes, 29, foram espancados no telhado e obrigados a saltar. Todas as vítimas estavam no "seguro" (área destinada aos presos que estão ameaçados de morte). Os três foram internados em estado grave na Santa Casa.
Há duas versões para as agressões. Uma delas é que os quatro seriam estupradores. Outra diz que pertenceriam a uma facção rival ao PCC. A Agência Folha tentou ouvir o diretor Antonio Paulo Veronezzi, mas ele não atendeu a reportagem. Os funcionários do presídio não deram informações.
Na noite de anteontem, os presos exigiram um celular e a transferência de 12 sentenciados para a Casa de Detenção, em São Paulo.
Policiais militares permaneceram cercando a penitenciária à noite. A tropa de choque deveria entrar no local às 6h se os presos não soltassem os reféns.


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