São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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SEGURANÇA

Operação terminou com um suspeito morto e outros nove presos; uma das vítimas é mulher de vereador de Mauá

Polícia "estoura" dois cativeiros vizinhos e liberta duas reféns

ANDRÉ CARAMANTE
DO "AGORA"

A partir de interceptações telefônicas, policiais de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, prenderam na manhã de ontem nove homens acusados de dois seqüestros, mataram um suposto carcereiro de um dos cativeiros e libertaram duas mulheres que eram mantidas reféns, em barracos separados, na favela do Jardim Zaíra 2, em Mauá.
Cícero Ribeiro da Silva, 33, dono de uma pequena empresa de transportes e inquilino de uma das vítimas da quadrilha -a guarda-civil M.C. P.S., 52, seqüestrada na quinta-feira- foi o primeiro a ser preso ontem, denunciou os outros acusados e o local exato dos dois cativeiros.
Perguntas sobre as finanças da família da guarda-civil seqüestrada, feitas por Silva ao marido dela, na semana passada, fizeram com que a polícia desconfiasse dele e grampeasse o seu celular. Silva havia recebido ligações de três aparelhos do grupo para exigir R$ 300 mil pela libertação de M.
No cativeiro, Neimar Silva, 17, apontado como um dos carcereiros, foi por morto por um investigador. De acordo com a polícia, houve troca de tiros.

Outra vítima
A segunda vítima da quadrilha supostamente liderada por Cícero Ribeiro da Silva foi a funcionária da Prefeitura de Mauá (no ABC paulista) Eliana Henrique da Silva, 39, mulher do vereador José Rogério Moreira Santana (PT).
Às 8h de ontem, quando o casal saía de casa, no Parque das Américas, para trabalhar com o filho de dois anos dormindo no banco traseiro de seu veículo Palio, dois homens os abordaram. "Imploramos para que nosso filho não fosse levado", contou Eliana.
Depois de rodar cerca de 200 metros no carro de Eliana, os criminosos a colocaram em um outro Palio, onde já estava um casal pertencente à quadrilha.
Eliana foi levada para um barraco distante cerca de dez metros de onde estava a primeira vítima da quadrilha, a guarda-civil de São Bernardo.
A funcionária da Prefeitura de Mauá foi amordaçada, vendada e colocada embaixo de uma cama, até que, por volta das 10h40, policiais a libertaram.
Na única ligação para o vereador Rogério Santana, o grupo exigia R$ 70 mil para libertar sua mulher com vida.


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