São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros JOÃO DIAS VALADARES (1944-2011) Valadares e seu armarinho na 25 ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Na mineira Inhapim, onde nasceu, o mundo parecia para João Dias Valadares pequeno demais. Filho do dono de uma farmácia na cidade que hoje possui 24.269 habitantes, ele achava que tinhas poucas opções em sua terra. "Queria crescer, ganhar dinheiro", lembra a família. Por isso, passou por algumas cidades mineiras até que, aos 18, veio parar na rua 25 de Março, na capital paulista. Seu Moné, um turco, ofereceu-lhe serviço. João começou a guardar parte do salário e, pouco mais de uma década depois de sua vinda a São Paulo, conseguiu abrir o próprio negócio na 25, em frente à loja do antigo patrão. Anos antes, em 1973, ele havia se casado com Maura, uma prima de segundo grau que tinha sido funcionária de um bazar. Depois da união, ela foi ajudar o marido na Armarinhos Valadares, loja que vende produtos de papelaria, salão de beleza, perfumaria, brinquedos e bolsas no número 976 da 25 de Março. Valadares, como o chamavam na região em que trabalhava, era do tipo que tirava sarro de todos e tinha uma piada pronta para cada situação. Às vezes, ficava nervoso quando tinha problemas nos negócios, mas prezava por tratar bem seus clientes. Gostava de carros e, no começo de janeiro, comprou uma Mercedes, que não conseguiu dirigir por causa das dores. João, que tivera um infarto há 15 anos, descobriu no começo do ano um tumor na coluna. Continuou, porém, cuidando dos negócios pendurado ao celular. A doença o levou à morte na segunda (14), dia do aniversário do genro, aos 66. Teve dois filhos e dois netos. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Axé, suor e lágrimas Índice | Comunicar Erros

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