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PAS
Motivo foi tráfico de influência
Promotor pede quebra de sigilo de suspeitos
ADÉLIA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público pediu ontem a quebra de sigilo bancário e
fiscal ao Dipo (Departamento de
Inquéritos Policiais) do vereador
Jooji Hato (PMDB) e de sua mulher Marlene Vatutin do período
de 1997 a 1998.
Hato e sua mulher são acusados, pelo Ministério Público, de
controlar politicamente o antigo
Módulo 3 do extinto Plano Atendimento à Saúde (PAS), atual
Sims (Sistema Integrado Municipal de Saúde). Por isso eles teriam
obtido vantagens indevidas.
Além disso, foi pedida também
a quebra de sigilo bancário e fiscal
do ex-diretor do módulo (1996 a
1998), Altino Pinheiro, dos três
sócios da ex-gerenciadora J.R. e
Associados e dos donos das duas
empresas que forneceram produtos ao PAS 3, a Maxiforte Comercial Ltda e Padrão Comércio e Representação Ltda.
O ex- PAS 3, região do Ipiranga
e Sapopemba, começou a ser investigado pela polícia, na época
da máfia da propina, no início de
1999, quando foi feita uma
apreensão na sede do módulo.
O inquérito, que resultou no pedido do Ministério Público, indicou que houve superfaturamento
nas compras da cooperativa, que
as empresas fornecedoras eram
"fantasmas". Constatou-se ainda
a emissão de notas fiscais frias.
De acordo com o pedido do
promotor do Gaeco (Grupo de
Atuação e Repressão ao Crime
Organizado), Roberto Porto, foi
comprovado na investigação o
tráfico de influência do vereador e
sua mulher e que eles agiriam como os diretores do módulo.
O pedido diz que Hato e sua
mulher participaram de um "esquema criminoso com o fim predeterminado de abusar da função
pública para obter vantagens na
realização de sua campanha". O
vereador foi candidato ao Senado
no ano de 1998. Em relação a Pinheiro, Porto afirma que ele seria
o responsável pelo recebimento
de verba da prefeitura e pelo repasse às empresas e administraria
inadequadamente os recursos.
A gerenciadora, que recebia 4%
do montante repassado pela prefeitura ao módulo, de acordo com
o Ministério Público, tinha obrigação de fiscalizar o ocorrido.
As empresas, segundo o Ministério Público, realizariam operações fraudulentas já investigadas
e teriam feito a venda fictícia de
mercadorias.
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