São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2001

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PAS

Motivo foi tráfico de influência

Promotor pede quebra de sigilo de suspeitos

ADÉLIA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público pediu ontem a quebra de sigilo bancário e fiscal ao Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) do vereador Jooji Hato (PMDB) e de sua mulher Marlene Vatutin do período de 1997 a 1998.
Hato e sua mulher são acusados, pelo Ministério Público, de controlar politicamente o antigo Módulo 3 do extinto Plano Atendimento à Saúde (PAS), atual Sims (Sistema Integrado Municipal de Saúde). Por isso eles teriam obtido vantagens indevidas.
Além disso, foi pedida também a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-diretor do módulo (1996 a 1998), Altino Pinheiro, dos três sócios da ex-gerenciadora J.R. e Associados e dos donos das duas empresas que forneceram produtos ao PAS 3, a Maxiforte Comercial Ltda e Padrão Comércio e Representação Ltda.
O ex- PAS 3, região do Ipiranga e Sapopemba, começou a ser investigado pela polícia, na época da máfia da propina, no início de 1999, quando foi feita uma apreensão na sede do módulo.
O inquérito, que resultou no pedido do Ministério Público, indicou que houve superfaturamento nas compras da cooperativa, que as empresas fornecedoras eram "fantasmas". Constatou-se ainda a emissão de notas fiscais frias.
De acordo com o pedido do promotor do Gaeco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado), Roberto Porto, foi comprovado na investigação o tráfico de influência do vereador e sua mulher e que eles agiriam como os diretores do módulo.
O pedido diz que Hato e sua mulher participaram de um "esquema criminoso com o fim predeterminado de abusar da função pública para obter vantagens na realização de sua campanha". O vereador foi candidato ao Senado no ano de 1998. Em relação a Pinheiro, Porto afirma que ele seria o responsável pelo recebimento de verba da prefeitura e pelo repasse às empresas e administraria inadequadamente os recursos.
A gerenciadora, que recebia 4% do montante repassado pela prefeitura ao módulo, de acordo com o Ministério Público, tinha obrigação de fiscalizar o ocorrido.
As empresas, segundo o Ministério Público, realizariam operações fraudulentas já investigadas e teriam feito a venda fictícia de mercadorias.


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