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Na Câmara, nem petista aparece
DA REPORTAGEM LOCAL
O grande evento de psicodrama
para discutir ética e cidadania,
proposto por Marta Suplicy, não
teve apoio dos vereadores paulistanos, nem mesmo dos membros
da bancada do PT, partido da prefeita de São Paulo.
O psiquiatra e psicodramatista
Içami Tiba, que iria coordenador
os trabalhos na Câmara, esperou
em vão por 1h30 pela presença de
vereadores e funcionários. Sem
público para trabalhar, Tiba deixou o local dizendo-se "frustado".
"Meu sonho era fazer um psicodrama com os vereadores. Mas o
psicodrama faz com que a pessoa
se exponha, seja vista de forma
completa, e isso o político não
gosta de fazer", disse Tiba.
Segundo o psiquiatra, ninguém
estava sabendo do evento quando
ele chegou na Câmara. "Psicodrama não dá ibope para eles (vereadores)", disse.
Antonio Goulart (PMDB) foi o
único vereador a comparecer no
auditório que fica na parte externa da Câmara, mas não havia pessoas suficientes para começar os
trabalhos. "Dá vergonha ver isso.
Deixei um compromisso para
participar", afirmou Goulart.
Ele disse "estranhar" a ausência
da bancada petista ao evento. "A
bancada do PT só está preocupada com a distribuição de cargos
no governo", disse Goulart, que
faz parte da base de apoio à prefeita Marta Suplicy na Câmara.
Anabil Martinez Diniz, assessor
do vereador José Eduardo Cardoso (PT), que reservou o local para
o psicodramatista, disse que deve
ter faltado divulgação ao evento.
Mas todos os vereadores ouvidos pela Folha sabiam do megapsicodrama na cidade. O vereador
Devanir Ribeiro (PT), por exemplo, disse que tinha um compromisso e que não pode comparecer. "Divã de pobre é terreiro de
umbanda", disse Ribeiro.
Outros vereadores petistas culparam a agenda lotada. Ítalo Cardoso (PT) disse que tinha aula na
faculdade de direito e Carlos
Giannasi (PT) afirmou que estava
em reunião na CPI da Educação,
da qual é presidente.
"Minha agenda está superlotada. Tenho outras coisas a fazer",
disse o vereador Cláudio Fonseca
(PC do B), outro governista. O vereador Erasmo Dias (PPB) afirmou que não compareceu ao
evento porque o psicodrama não
contribuiu para o aumento da cidadania da população.
"É muita filosofia para o meu
gosto. A coisa tem de ser mais
simples para chegar mais perto
do povão", afirmou.
(GILMAR PENTEADO)
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