|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Superintendente da PF cai por suspeita de corrupção
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O superintendente da Polícia
Federal (PF) do Paraná, delegado
Juliano Maciel, foi destituído do
cargo na última terça-feira por
causa de uma suspeita de corrupção. Uma equipe de policiais destacada de Brasília vasculhou ontem a casa do delegado em Curitiba e o gabinete da superintendência em busca de provas.
No começo do ano passado, teria chegado à Corregedoria da Polícia Federal, sediada em Brasília,
uma denúncia de que Juliano Maciel interveio em inquéritos abertos contra empresários do comércio, que atuam na fronteira do
Brasil com o Paraguai, em troca
de favores pessoais.
A investigação sobre o ex-superintendente da PF no Paraná, no
entanto, não tem ligação com a
Operação Sucuri, de acordo com
o delegado-chefe de Foz do Iguaçu, Joaquim Mesquita.
Na semana passada, a operação
prendeu 22 policiais federais sob a
acusação de que integrariam um
esquema de contrabando na ponte da Amizade -que faz a ligação
entre o Brasil e o Paraguai. Ontem
foram detidas outras cinco pessoas, totalizando 43.
A operação de busca e apreensão realizada ontem em Curitiba,
que teve autorização da Justiça
Federal, foi comandada pelo delegado Paulo de Tarso Gomes, da
capital federal. Ele volta ao Paraná
na próxima semana para continuar as investigações.
A assessoria de imprensa da PF
em Brasília confirmou à Agência
Folha que o delegado Paulo de
Tarso fez buscas na casa e no gabinete de Juliano Maciel ontem, no
entanto não informou o motivo
da ação. O inquérito está sob segredo de Justiça.
Paulo de Tarso é o mesmo delegado que, há um ano, comandou
a operação de busca e apreensão
na empresa Lunus, de Roseana
Sarney (PFL), então governadora
do Maranhão e atual senadora pelo Estado, e do marido dela, Jorge
Murad. Ontem, o STF (Supremo
Tribunal Federal) mandou devolver o material que foi apreendido
na operação à senadora e ao marido. A devolução inclui R$ 1,34 milhão em espécie, que constou do
conjunto da apreensão.
A exoneração de Maciel estava
publicada na edição do "Diário
Oficial" da União que circulou
ontem. O delegado passou dois
anos no comando da PF do Paraná e foi uma indicação do PFL. O
novo superintendente é Jaber Makul Hanna Saad, que assume na
próxima semana. Saad atuava em
Santos (litoral paulista).
Sem ordem de prisão
O delegado regional Ademir
Gonçalves afirmou, no final da
tarde de ontem, que não poderia
revelar os motivos que norteiam a
investigação contra Juliano Maciel. "O caso está afeto ao delegado Paulo de Tarso e só ele pode falar", disse. Gonçalves negou, porém, que exista uma ordem de
prisão contra o ex-superintendente. "Ele ainda deve ser chamado para depor no inquérito."
A Agência Folha tentou falar
com o delegado Paulo de Tarso
ontem. Ele não recebeu a reportagem na primeira tentativa, feita
pessoalmente na sede da superintendência em Curitiba, por volta
do meio-dia. No final da tarde o
celular do delegado estava desligado. Ele estaria em viagem de retorno a Brasília, segundo um investigador da equipe.
A Agência Folha não conseguiu
localizar o ex-superintendente Juliano Maciel. Segundo a assessoria de imprensa da PF no Paraná,
ele teria viajado para Brasília na
terça-feira e até a noite de ontem
estaria de volta em Curitiba.
Texto Anterior: Outro lado: Fazenda impõe limitações, diz coordenador Próximo Texto: Mortes Índice
|