São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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PARAÍSO PERDIDO 2
Governo paulista quer transformar a região da Nova Fernão em modelo de desenvolvimento urbano
Estado quer desenvolvimento sustentado

da Reportagem Local

Técnicos do governo estadual acreditam ser possível amenizar os impactos da ocupação em Atibaia, Bragança Paulista e em pequenos municípios da região e transformar a Nova Fernão em um modelo de desenvolvimento sustentado para o país.
Desenvolvimento sustentado é a capacidade que um Estado tem de produzir bens de consumo, oferecer serviços à população e, ainda assim, preservar o meio ambiente.
A principal preocupação do diretor do departamento de planejamento ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA), José Paulo Ganzeli, é preservar as áreas verdes ao redor dos rios e mananciais responsáveis pelo abastecimento de água. "A devastação vegetal iria acelerar o assoreamento das represas."
Ganzeli apresentou, no ano passado, o projeto Entre Serras e Águas, que prevê ações efetivas na zona de influência da Nova Fernão, como programas de educação ambiental nas escolas e de criação de leis específicas para cada município. "Temos de promover a geração de empregos e renda negociando acordos com os grupos interessados."
A SMA estudou os possíveis efeitos da duplicação na região e coordenou a elaboração de um relatório de impacto ambiental. A possível deterioração dos recursos hídricos também já foi analisada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que está reabilitando parte do sistema Cantareira.
"Queremos conciliar a ocupação humana à implantação de obras de infra-estrutura, para não agravar o problema de abastecimento que já existe na região", diz Darcy Brega Filho, gerente da divisão de gestão de mananciais da Sabesp.
Mais indústrias
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Bragança Paulista, Luiz Felipe Rodrigues, se mostra exultante com o aumento dos pedidos de instalação de indústrias. Em 96, foram apenas 8. No ano passado, 75 -e a prefeitura já concedeu 20 terrenos.
E a crescente industrialização traz empregos à região. Hoje, o setor emprega 11.500 funcionários, número que deve saltar para 14 mil no final deste ano. "O boom industrial de Bragança já começou", diz Rodrigues.
O prefeito de Bragança, José de Lima (PPB), diz que a iniciativa privada investiu cerca de R$ 300 milhões, só em 97, em empreendimentos de lazer e comércio.
Mas ele vê com temor as projeções de migração. Hoje, o município tem 150 mil habitantes. "Só temos estrutura para suportar 200 mil pessoas na cidade. Por isso, não vamos aceitar loteamentos populares. Só empreendimentos de alto nível poderão se instalar aqui", diz o prefeito.



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