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PARAÍSO PERDIDO 2
Governo paulista quer transformar a região da Nova Fernão em modelo de desenvolvimento urbano
Estado quer desenvolvimento sustentado
da Reportagem Local
Técnicos do governo estadual
acreditam ser possível amenizar os
impactos da ocupação em Atibaia,
Bragança Paulista e em pequenos
municípios da região e transformar a Nova Fernão em um modelo
de desenvolvimento sustentado
para o país.
Desenvolvimento sustentado é a
capacidade que um Estado tem de
produzir bens de consumo, oferecer serviços à população e, ainda
assim, preservar o meio ambiente.
A principal preocupação do diretor do departamento de planejamento ambiental da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente (SMA),
José Paulo Ganzeli, é preservar as
áreas verdes ao redor dos rios e
mananciais responsáveis pelo
abastecimento de água. "A devastação vegetal iria acelerar o assoreamento das represas."
Ganzeli apresentou, no ano passado, o projeto Entre Serras e
Águas, que prevê ações efetivas na
zona de influência da Nova Fernão, como programas de educação ambiental nas escolas e de
criação de leis específicas para cada município. "Temos de promover a geração de empregos e renda
negociando acordos com os grupos interessados."
A SMA estudou os possíveis efeitos da duplicação na região e coordenou a elaboração de um relatório de impacto ambiental. A possível deterioração dos recursos hídricos também já foi analisada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), que está reabilitando parte
do sistema Cantareira.
"Queremos conciliar a ocupação
humana à implantação de obras
de infra-estrutura, para não agravar o problema de abastecimento
que já existe na região", diz Darcy
Brega Filho, gerente da divisão de
gestão de mananciais da Sabesp.
Mais indústrias
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de
Bragança Paulista, Luiz Felipe Rodrigues, se mostra exultante com
o aumento dos pedidos de instalação de indústrias. Em 96, foram
apenas 8. No ano passado, 75 -e a
prefeitura já concedeu 20 terrenos.
E a crescente industrialização
traz empregos à região. Hoje, o setor emprega 11.500 funcionários,
número que deve saltar para 14
mil no final deste ano. "O boom
industrial de Bragança já começou", diz Rodrigues.
O prefeito de Bragança, José de
Lima (PPB), diz que a iniciativa
privada investiu cerca de R$ 300
milhões, só em 97, em empreendimentos de lazer e comércio.
Mas ele vê com temor as projeções de migração. Hoje, o município tem 150 mil habitantes. "Só temos estrutura para suportar 200
mil pessoas na cidade. Por isso,
não vamos aceitar loteamentos
populares. Só empreendimentos
de alto nível poderão se instalar
aqui", diz o prefeito.
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