|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PALACE 2
Um mês após desabamento, indenizações não começaram a ser pagas
Situação dos moradores
permanece indefinida
FELIPE WERNECK
da Sucursal do Rio
Um mês após o desabamento do
Palace 2, em 22 de fevereiro, e a
interdição do Palace 1, continua
indefinida a situação das 280 famílias que moravam nesses prédios.
A construtora Sersan ainda não
começou a pagar as indenizações
aos moradores do Palace 2 e só renovou por mais uma semana a estadia deles em hotéis da cidade.
As famílias do Palace 1 não receberam proposta de hospedagem
da construtora e estão em
apart-hotéis pagos pela prefeitura.
O Palace 1 está interditado por
apresentar problemas estruturais
semelhantes aos que foram encontrados no Palace 2, que tinha 22
andares e desabou parcialmente
no domingo de Carnaval, provocando a morte de oito pessoas.
Seis dias depois, após outro desabamento parcial, o prédio foi
implodido com tudo dentro.
Rauliete Barbosa Guedes, presidente da Associação das Vítimas
do Palace, disse que os moradores
estão "sem expectativas" quanto
aos acordos propostos pela construtora. A esperança, para ela, é a
ação civil que o Ministério Público
move contra a Sersan.
A assessoria dos advogados da
construtora informou que, até
sexta-feira, 90 famílias haviam
preenchido formulários com o valor dos bens perdidos. Indenizações por danos morais serão estudadas "caso a caso".
A associação não concorda e
considera "um risco muito grande" a condição exigida pelo deputado Sérgio Naya (sem partido-MG), dono da Sersan, para o
pagamento das indenizações.
Naya, que pode ter seu mandato
cassado pela Câmara dos Deputados sob a acusação de falta de decoro parlamentar, quer o desbloqueio de suas contas bancárias e
bens, determinado pela Justiça. O
procurador Elio Fishberg disse
que a liberação pode ser feita se ele
pagar as indenizações.
Peritos que fazem o laudo criminal sobre as causas do acidente
acharam, semana passada, pedaços de madeira, plástico e papel
misturados ao concreto do prédio.
Também estariam faltando ganchos na armadura dos pilares que
constavam da planta. A Sersan alega que o erro está no cálculo estrutural. O engenheiro que fez o cálculo, José Roberto Chendes, disse
que a falha apontada pela Sersan
não causaria o desabamento.
Para o perito Hugo Campos,
"somente uma série de erros derrubaria o prédio". O laudo criminal deva estar pronto em 10 dias.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|