São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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Prefeitura ameaça processar

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

A Prefeitura do Rio ameaça processar a construtora Sersan para receber os cerca de R$ 700 mil gastos desde o primeiro desabamento parcial do edifício Palace 2, na Barra da Tijuca.
Só com a hospedagem de 102 famílias do interditado Palace 1, a prefeitura informou já ter gasto R$ 300 mil. O restante do dinheiro, de acordo com a Subprefeitura da Barra da Tijuca, foi gasto nos preparativos para a implosão, garimpagem de objetos, vistorias e pagamento de funcionários.
Até agora, a Sersan não gastou um centavo para acomodar os moradores do prédio interditado. O subprefeito da Barra da Tijuca, Luiz Antonio Guaraná, 33, disse que o caso tende a ir parar na Justiça. "Eles (diretores da Sersan) não se dispuseram a pagar. Vamos pedir ressarcimento."
No último dia 13, a Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias do deputado Sérgio Naya (sem partido-MG) e de suas duas empresas para garantir o pagamento de hospedagem aos moradores do Palace 1. Esses desabrigados procuraram os advogados Marco Aurélio Monteiro de Barros e Sílvio Viola, contratados pela Sersan para cuidar das indenizações das famílias que perderam os apartamentos no Palace 2. Os advogados disseram que a construtora não os contratou para tratar da situação das famílias do Palace 1.
O síndico do condomínio Palace, Eduardo Pascoal, 33, disse que fracassaram as tentativas de entendimento. "A Sersan não se mexe", afirmou.
A Folha tentou ouvir a Sersan sobre os desabrigados do Palace 1 e a dívida com a prefeitura. Os advogados informaram, pela assessora Françoise Bloch, que não foram contratados para tratar desses assuntos. Em Brasília, nenhum diretor da construtora quis falar à Folha .


Colaborou Felipe Werneck



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