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Eletrobrás não encontra financiadores
da Agência Folha, em Foz do Iguaçu
A Eletrobrás está encontrando
dificuldades para negociar com investidores externos recursos para
a expansão do sistema elétrico nacional.
Jorge Trinkenreich, secretário-executivo do GCPS (Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos), da Eletrobrás,
disse que os financiadores tendem
a exigir uma garantia cambial no
momento de negociar projetos, "o
que é proibido por lei no Brasil".
Como não pode conceder essa
garantia, a Eletrobrás negocia com
esses investidores uma garantia na
variação cambial sempre que ela
ultrapasse 5%, "funcionando como um gatilho que é acionado para
a correção do dólar".
Ele afirma, porém, que o próprio
sistema elétrico brasileiro tem
condições de gerar, internamente,
cerca de R$ 4,7 bilhões ao ano, dos
necessários R$ 8 bilhões para o
contínuo aumento da oferta de
energia elétrica no país.
O secretário do GCPS negou riscos de colapso no fornecimento de
energia. "Temos potência mais
que suficiente para atender a demanda", afirma. Segundo Trinkenreich, medidas como a adoção do
horário de verão, programas de
conservação de energia e entrada
em operação de novas usinas, "eliminam os riscos".
Trinkenreich admite que existem problemas nos projetos de termelétricas, notadamente na região
Sudeste. Segundo ele, essas dificuldades já existiam antes da crise
econômica, como o alto preço do
gás, que diminuiria a rentabilidade
dos investidores privados.
Depois da alta do dólar, o custo
de equipamentos para termelétricas, importados, teria assustado os
investidores privados.
Trinkenreich disse que a Eletrobrás está procurando, em razão do
atual quadro econômico, priorizar
programas emergenciais.
Um deles é antecipar a conclusão
do terceiro circuito de Itaipu (que
opera, desde ontem, de Foz a Ivaiporã) até Tijuco Preto (SP) para o
final deste ano.
Técnicos de Furnas disseram ser
muito difícil o cumprimento dessa
meta. A projeção de Furnas Centrais Elétricas é para julho do próximo ano.
Outra obra emergencial seria a
antecipação em um ano do segundo circuito da ligação Norte-Sul,
previsto para 2002.
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