São Paulo, segunda, 22 de março de 1999

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Eletrobrás não encontra financiadores

da Agência Folha, em Foz do Iguaçu

A Eletrobrás está encontrando dificuldades para negociar com investidores externos recursos para a expansão do sistema elétrico nacional.
Jorge Trinkenreich, secretário-executivo do GCPS (Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos), da Eletrobrás, disse que os financiadores tendem a exigir uma garantia cambial no momento de negociar projetos, "o que é proibido por lei no Brasil".
Como não pode conceder essa garantia, a Eletrobrás negocia com esses investidores uma garantia na variação cambial sempre que ela ultrapasse 5%, "funcionando como um gatilho que é acionado para a correção do dólar".
Ele afirma, porém, que o próprio sistema elétrico brasileiro tem condições de gerar, internamente, cerca de R$ 4,7 bilhões ao ano, dos necessários R$ 8 bilhões para o contínuo aumento da oferta de energia elétrica no país.
O secretário do GCPS negou riscos de colapso no fornecimento de energia. "Temos potência mais que suficiente para atender a demanda", afirma. Segundo Trinkenreich, medidas como a adoção do horário de verão, programas de conservação de energia e entrada em operação de novas usinas, "eliminam os riscos".
Trinkenreich admite que existem problemas nos projetos de termelétricas, notadamente na região Sudeste. Segundo ele, essas dificuldades já existiam antes da crise econômica, como o alto preço do gás, que diminuiria a rentabilidade dos investidores privados.
Depois da alta do dólar, o custo de equipamentos para termelétricas, importados, teria assustado os investidores privados.
Trinkenreich disse que a Eletrobrás está procurando, em razão do atual quadro econômico, priorizar programas emergenciais.
Um deles é antecipar a conclusão do terceiro circuito de Itaipu (que opera, desde ontem, de Foz a Ivaiporã) até Tijuco Preto (SP) para o final deste ano.
Técnicos de Furnas disseram ser muito difícil o cumprimento dessa meta. A projeção de Furnas Centrais Elétricas é para julho do próximo ano.
Outra obra emergencial seria a antecipação em um ano do segundo circuito da ligação Norte-Sul, previsto para 2002.



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