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Sem-terra e índio fazem caminhada
da Sucursal de Brasília
A morte do índio Galdino Jesus
dos Santos foi o principal assunto
do dia em que Brasília completou
37 anos. Cerca de 800 sem-terra se
juntaram ontem a um grupo de 30
índios em uma caminhada de protesto promovida no centro de Brasília contra o assassinato do índio.
Com flores nas mãos, os manifestantes foram saudados por buzinadas quando entraram na avenida W3 Sul.
``Justiça'', gritavam índios e
sem-terra sob uma chuva fina. Soldados da PM interditaram o trânsito para a passagem do protesto.
No local do assassinato, cinco
pataxós parentes de Galdino choraram e fizeram uma cerimônia
simbólica em sua homenagem. Índios xavantes aproveitaram o protesto para pedir a demissão do presidente da Funai, Júlio Gaiger.
A manifestação terminou às
17h45, depois que um tambor com
papel e álcool foi queimado.
Missa
Pela manhã, em missa solene pelo aniversário da cidade, o cardeal
arcebispo de Brasília, dom José
Freire Falcão, fez referência à morte do índio. ``Um ato de barbárie
que nos envergonha'', disse.
``A harmonia na convivência de
pessoas dos mais diferentes horizontes culturais foi tristemente ferida por esse crime.''
Para dom Freire Falcão, na comemoração do aniversário de Brasília, ``todos deveríamos assumir
o compromisso de defender a dignidade da pessoa humana e promover o respeito à vida''.
Na missa, o presidente interino
Marco Maciel cobrou rapidez na
punição dos responsáveis pelo crime. A seu lado, o governador do
Distrito Federal, Cristovam Buarque, disse que o assassinato do índio pataxó não é um fato isolado e
representa o ``desprezo da sociedade aos excluídos''. ``A classe
média trata os excluídos como se
fossem outro tipo de gente'', disse.
A programação oficial para comemorar os 37 anos da fundação
de Brasília, que incluía maratona e
espetáculo musical, não foi interrompida, apesar do luto oficial decretado pelo governador.
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