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ZONA NORTE
Na Casa Verde, quatro imóveis foram destruídos e outros 14 estão interditados, deixando pelo menos 60 desabrigados
Rede da Sabesp rompe e faz casas desabar
DO "AGORA"
O rompimento dos canos de
uma rede de distribuição de água
da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo) causou o desabamento de
seis casas -quatro delas, com
perda total- e a interdição de outros 14 imóveis -entre eles um
prédio de quatro andares.
O acidente ocorreu no sábado,
na Casa Verde (zona norte). Dos
14 imóveis interditados, oito já estão danificados, e seis, em área de
risco. Segundo a empresa, os desabrigados são pelo menos 60.
O gerente de serviços da Sabesp,
Carlos Sampaio Faria Filho, diz
que o rompimento pode ter sido
causado pela instabilidade do terreno, que fica em uma encosta.
Foi um telefonema da advogada
Albertina Gonçalves, 41, para a
Defesa Civil, às 15h do sábado,
que evitou uma tragédia maior.
Dona de dois imóveis que foram
interditados, Albertina percebeu
o risco de desabamento. "Um dos
meus inquilinos me avisou sobre
rachaduras. Achei que havia algo
estranho acontecendo", conta.
A advogada aluga por cerca de
R$ 400 cada casa interditada. Se os
imóveis se perderem, calcula que
terá um prejuízo de R$ 200 mil.
Os moradores dizem que os
problemas na rede de abastecimento existem há, no mínimo,
uma semana. "Pelo menos dez
moradores estavam sem água
desde a segunda passada e já haviam feito diversas reclamações",
afirmou a auxiliar de escritório
Edilma Maria Pereira, 34. A casa
alugada em que morava desabou.
A falta de água não é o único indício de que o rompimento da rede pode ter começado dias antes
dos deslizamentos. O corretor
Luiz Henrique da Silva, 27, que
morava no prédio interditado,
disse que há seis meses via água
brotando do asfalto da rua.
Apesar das queixas, a ação só
ocorreu quando a Defesa Civil foi
acionada. "Os bombeiros me tiraram do banho", disse o marceneiro Jairo Nelson Santos, 31, que teve a casa interditada. Ele se reveza
com a irmã na vigília do imóvel.
A Sabesp informou ontem que
arcará com todos os danos causados aos desabrigados. Em caráter
emergencial, a empresa hospedou
60 pessoas em um flat em Perdizes (zona oeste da capital) e também se responsabilizou por alimentação, remédios, roupas e
passes de ônibus das famílias.
Nos próximos dias, a companhia promete alugar casas para os
atingidos, preferencialmente no
bairro onde ficam os imóveis interditados ou destruídos.
Para saber o que aconteceu com
as reclamações dos moradores
sobra a falta de abastecimento há
dias, a Sabesp afirmou que vai
analisar as ocorrências registradas no último mês.
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