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São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2003

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ZONA NORTE

Na Casa Verde, quatro imóveis foram destruídos e outros 14 estão interditados, deixando pelo menos 60 desabrigados

Rede da Sabesp rompe e faz casas desabar

DO "AGORA"

O rompimento dos canos de uma rede de distribuição de água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) causou o desabamento de seis casas -quatro delas, com perda total- e a interdição de outros 14 imóveis -entre eles um prédio de quatro andares.
O acidente ocorreu no sábado, na Casa Verde (zona norte). Dos 14 imóveis interditados, oito já estão danificados, e seis, em área de risco. Segundo a empresa, os desabrigados são pelo menos 60.
O gerente de serviços da Sabesp, Carlos Sampaio Faria Filho, diz que o rompimento pode ter sido causado pela instabilidade do terreno, que fica em uma encosta.
Foi um telefonema da advogada Albertina Gonçalves, 41, para a Defesa Civil, às 15h do sábado, que evitou uma tragédia maior. Dona de dois imóveis que foram interditados, Albertina percebeu o risco de desabamento. "Um dos meus inquilinos me avisou sobre rachaduras. Achei que havia algo estranho acontecendo", conta.
A advogada aluga por cerca de R$ 400 cada casa interditada. Se os imóveis se perderem, calcula que terá um prejuízo de R$ 200 mil.
Os moradores dizem que os problemas na rede de abastecimento existem há, no mínimo, uma semana. "Pelo menos dez moradores estavam sem água desde a segunda passada e já haviam feito diversas reclamações", afirmou a auxiliar de escritório Edilma Maria Pereira, 34. A casa alugada em que morava desabou.
A falta de água não é o único indício de que o rompimento da rede pode ter começado dias antes dos deslizamentos. O corretor Luiz Henrique da Silva, 27, que morava no prédio interditado, disse que há seis meses via água brotando do asfalto da rua.
Apesar das queixas, a ação só ocorreu quando a Defesa Civil foi acionada. "Os bombeiros me tiraram do banho", disse o marceneiro Jairo Nelson Santos, 31, que teve a casa interditada. Ele se reveza com a irmã na vigília do imóvel.
A Sabesp informou ontem que arcará com todos os danos causados aos desabrigados. Em caráter emergencial, a empresa hospedou 60 pessoas em um flat em Perdizes (zona oeste da capital) e também se responsabilizou por alimentação, remédios, roupas e passes de ônibus das famílias.
Nos próximos dias, a companhia promete alugar casas para os atingidos, preferencialmente no bairro onde ficam os imóveis interditados ou destruídos.
Para saber o que aconteceu com as reclamações dos moradores sobra a falta de abastecimento há dias, a Sabesp afirmou que vai analisar as ocorrências registradas no último mês.


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