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URBANISMO
Secretário ouve protestos contra plano para praça
DA REPORTAGEM LOCAL
Após discutir com moradores,
o secretário municipal do Verde e
do Meio Ambiente, Adriano Diogo, assegurou ontem que não será
permitida a instalação de comércio na praça Cidade de Milão (zona sul). Ele também negou que a
prefeitura vá retirar o gradil que
circunda o local.
A praça é uma extensão do parque Ibirapuera e será reformada
pela Prefeitura de São Paulo, em
parceria com a de Milão (Itália),
que arcará com os 80 mil euros
necessários para a obra, como
forma de presentear a cidade em
seus 450 anos.
Apesar de concordar com a revitalização do local, os moradores
estão preocupados com os detalhes do projeto e deram, na manhã de ontem, um abraço coletivo
à praça. A manifestação reuniu
cerca de 300 moradores da Vila
Nova Conceição, do Jardim Luzitânia e da Vila Paulista, segundo
Alex Canuto, presidente da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição.
Um projeto apresentado pela
subprefeitura da Vila Mariana
previa a instalação, na praça, de
um telecentro, e a concessão de
uso de duas áreas municipais adjacentes para empreendimentos
como sorveteria, café e floricultura. Na opinião dos moradores, essas medidas iriam prejudicar a
tranqüilidade do local.
Outra ação divulgada foi a retirada do gradil, instalado na gestão
de Luiza Erundina (1989-1992).
Para os moradores, isso tornaria a
praça vulnerável à presença de
traficantes e prostitutas, além de
servir de abrigo a sem-teto. Atualmente, a grade já está parcialmente arrancada -resultado de atos
de vandalismo.
"Se colocaram antes, é porque
havia motivo. Tem que manter a
grade e fechar à noite, como o
parque Ibirapuera", afirmou a
professora Tania Morien, 55.
Quando o secretário chegou, foi
rodeado por pessoas que questionavam o projeto. Diogo discutiu
com algumas e se recusou a responder perguntas de Canuto e de
Patrizia Coelho, diretora da Sociedade Amigos dos Jardins Europa
e Paulistano, alegando que queriam apenas "provocá-lo".
Segundo Diogo, o documento
apresentado pela subprefeitura
contém apenas sugestões, e o projeto final será discutido com os
moradores.
Um dos obstáculos para a reforma, segundo Diogo, é negociar a
saída de edificações dos governos
estadual e municipal que estão
atualmente na praça.
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