São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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URBANISMO

Secretário ouve protestos contra plano para praça

DA REPORTAGEM LOCAL

Após discutir com moradores, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo, assegurou ontem que não será permitida a instalação de comércio na praça Cidade de Milão (zona sul). Ele também negou que a prefeitura vá retirar o gradil que circunda o local.
A praça é uma extensão do parque Ibirapuera e será reformada pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com a de Milão (Itália), que arcará com os 80 mil euros necessários para a obra, como forma de presentear a cidade em seus 450 anos.
Apesar de concordar com a revitalização do local, os moradores estão preocupados com os detalhes do projeto e deram, na manhã de ontem, um abraço coletivo à praça. A manifestação reuniu cerca de 300 moradores da Vila Nova Conceição, do Jardim Luzitânia e da Vila Paulista, segundo Alex Canuto, presidente da Associação de Moradores da Vila Nova Conceição.
Um projeto apresentado pela subprefeitura da Vila Mariana previa a instalação, na praça, de um telecentro, e a concessão de uso de duas áreas municipais adjacentes para empreendimentos como sorveteria, café e floricultura. Na opinião dos moradores, essas medidas iriam prejudicar a tranqüilidade do local.
Outra ação divulgada foi a retirada do gradil, instalado na gestão de Luiza Erundina (1989-1992). Para os moradores, isso tornaria a praça vulnerável à presença de traficantes e prostitutas, além de servir de abrigo a sem-teto. Atualmente, a grade já está parcialmente arrancada -resultado de atos de vandalismo.
"Se colocaram antes, é porque havia motivo. Tem que manter a grade e fechar à noite, como o parque Ibirapuera", afirmou a professora Tania Morien, 55.
Quando o secretário chegou, foi rodeado por pessoas que questionavam o projeto. Diogo discutiu com algumas e se recusou a responder perguntas de Canuto e de Patrizia Coelho, diretora da Sociedade Amigos dos Jardins Europa e Paulistano, alegando que queriam apenas "provocá-lo".
Segundo Diogo, o documento apresentado pela subprefeitura contém apenas sugestões, e o projeto final será discutido com os moradores.
Um dos obstáculos para a reforma, segundo Diogo, é negociar a saída de edificações dos governos estadual e municipal que estão atualmente na praça.


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