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ACIDENTE NO SHOPPING
Uma das nove vítimas do desabamento, garoto ficou 16 dias internado e passou por 2 cirurgias
Lucas, 8, ficará 3 meses sem ir à escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Lucas de Moura Braga, 8, a
mais gravemente ferida das nove
vítimas do desabamento de parte do teto do Shopping Eldorado
(zona oeste de São Paulo), terá
de ficar três meses sem correr,
praticar atividades físicas e sem
ir à escola. Com isso, Lucas, que
cursa o terceiro ano do ensino
fundamental no Colégio Adventista, em Taboão da Serra, pode
perder o ano letivo.
O garoto passou 16 dias internado no Hospital das Clínicas e
sofreu duas cirurgias no cérebro
de mais de cinco horas cada para
a retirada de hematomas.
Segundo a equipe médica que
tratou de Lucas, os hematomas
formados em seu cérebro foram
resultado do forte impacto do
reboco desprendido do teto contra a cabeça do garoto.
Após as duas cirurgias, o garoto apresentou um pequeno coágulo no cérebro -que pode ser
absorvido pelo próprio organismo- que pede um monitoramento de três meses. Lucas passará esse período de repouso e
reclusão à base de medicamentos anticonvulsivos. Só depois
disso é que ele poderá retomar
suas atividades normais.
"O problema dele foi muito
grave, mas ele está bem", afirma
o pai do garoto, Frederico José
Braga. Ele diz que, "fora uma cicatriz bastante grande", o menino não terá outras seqüelas.
"Mas o cérebro é um ponto de
interrogação, portanto, precisamos ficar atentos a qualquer sinal de que algo não está bem."
Lucas e outras oito pessoas foram feridas no dia 3 de abril
quando parte do reboco do teto
do Shopping Eldorado despencou sobre a escada rolante que
dá acesso ao primeiro piso.
Outra vítima grave do desabamento foi o engenheiro de produção Hélio Helfenstein Júnior,
37, que sofreu fraturas múltiplas
no pé direito. Ele ficará com um
gesso por um mês e depois realizará uma cirurgia de retirada de
fios de aço colocados em seu pé.
Helfenstein Júnior afirma estar
recebendo ajuda por parte do Eldorado, que providenciou cadeira de rodas, medicamentos e
transporte para ele, que ainda
não sabe se irá ou não processar
o shopping por conta dos danos
sofridos após o acidente. "Minha primeira preocupação é voltar a andar", afirmou.
O pai de Lucas afirma não ter
requisitado nenhuma ajuda do
Eldorado, mas diz que um funcionário do shopping visitou seu
filho no hospital todos os dias.
Braga também não sabe se vai
processar o shopping, que, segundo sua assessoria, informa
não ter sido acionado por nenhuma das vítimas do acidente.
"Deveria ser aberto um inquérito para apurar o que realmente
ocorreu", diz o pai de Lucas.
O laudo sobre as causas do acidente deve sair no dia 26 e, segundo o shopping, as medidas
de segurança solicitadas pela
prefeitura já foram tomadas.
"Só depois, com base nesse esclarecimento, pretendo tomar as
medidas cabíveis", afirma Braga.
Enquanto a dúvida sobre o
processo persiste, o pai de Lucas
afirma que só tem a certeza de
que não voltará ao shopping.
(FERNANDA MENA)
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