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HABITAÇÃO
Cerca de 900 sem-teto estão ocupando prédio do extinto Centro de Triagem e Encaminhamento, no Brás
Vendedora mora em frigorífico há 1 mês
da Reportagem Local
A vendedora da Casas Pernambucanas Gegê (ela prefere não revelar seu sobrenome), 32, mora há
um mês dentro de um frigorífico
desativado do antigo prédio do Cetren (Centro de Triagem e Encaminhamento) no Brás, região central
de São Paulo.
O prédio está ocupado por cerca
de 900 integrantes do Movimento
dos Sem-Teto.
Gegê foi morar no frigorífico depois que o prédio que ocupava
com outros integrantes do movimento, na rua Riachuelo (centro),
foi desocupado. "Vim para cá porque é melhor do que morar embaixo de viaduto", diz.
A vendedora faz parte do movimento desde 97. Antes disso, morava em um quarto alugado e pagava R$ 250 de aluguel. "Não dava
para pagar tudo isso, eu sempre
trabalhei, mas ganho R$ 260 por
mês." A família dela mora em Marília, no interior do Estado.
Ela transformou o frigorífico que
ocupa em "apartamento". A vendedora levou para lá todas as suas
coisas: televisão, cama, ventilador,
fogão e uma estante cheia de cosmético e perfumes.
Gegê reclama do calor que faz em
seu "quarto" -o frigorífico não
tem nenhuma janela- e do cheiro
que vem de um ralo de esgoto que
fica perto da sua cama. "Mas está
bom. É melhor do que o quarto de
pensão onde eu morava."
Segundo Hamilton Silvio dos
Santos, líder do movimento, 130
famílias moram no prédio há um
mês. Outras 448 mudaram para lá
no domingo. Apenas uma parte do
prédio está liberada pelo Estado
para a ocupação.
Por isso, muitas famílias estão
morando em barracas montadas
no pátio do prédio. De acordo com
Hamilton, "o objetivo do movimento é pressionar o governo para
que todo o prédio possa ser ocupado pelas famílias."
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