São Paulo, domingo, 22 de maio de 2005

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Andar 30 minutos por dia protege saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu uso meu carro para todos os compromissos, até mesmo para ir à padaria da esquina. Em compensação, faço exercícios aeróbicos todos os dias da semana por uma hora e meia. Acho isso uma forma de compensar aquilo que faço de carro", diz Carlos Eduardo Rocha, 21, estudante de fisioterapia de Barra Mansa (RJ).
O argumento de Rocha é comum entre jovens, mas nem sempre suficiente para servir de exemplo de uma vida saudável.
Luís Carlos de Oliveira, assessor científico do programa Agita São Paulo (criado por solicitação do Estado para promover a atividade física), afirma que atitudes simples no cotidiano podem ser mais benéficas à saúde do que exercícios prolongados em academias.
Oliveira, que também é professor de educação física, diz que as pessoas precisam se exercitar 30 minutos por dia, cinco vezes por semana, para não serem sedentárias. Esse tempo pode ser dividido em até três blocos -ou seja, quem anda dez minutos ao ponto de ônibus, depois mais dez para ir almoçar e mais dez na volta para casa já cumpriu a exigência.
"Não há comprovação dos efeitos de atividades de menos de dez minutos contínuos", afirma. "Quem vai à academia três vezes por semana pode conquistar melhor aptidão física. Mas quem anda 30 minutos por dia [em caminhadas corriqueiras de ao menos dez minutos cada] fica com a saúde mais bem protegida", diz.
O programa Agita São Paulo, lançado em dezembro de 1996, diz que um estilo de vida saudável protege em 50% contra fatores de morte de doenças não transmissíveis, como infarto, cardiopatia e obesidade. Além da atividade física, a alimentação e as horas de sono adequadas também são condições para essa proteção.

Ambiente hostil
Embora saudável, especialistas em transporte reconhecem algumas dificuldades que desestimulam os pedestres mesmo em pequenos trajetos.
"O pedestre sofre muito. É difícil atravessar avenidas, há obstáculos. O ambiente é hostil, não ajuda", afirma Cláudio Barbieri, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Eduardo Daros, da Abraspe (Associação Brasileira de Pedestres), diz que, além da insegurança contra assaltos, é grave a insegurança no trânsito. "Andar 500 metros a pé é mais arriscado do que de carro", afirma.
Ele vê uma dificuldade maior para as mulheres -e cita sua neta de 15 anos como exemplo. O assédio sexual verbal é generalizado. As mulheres ficam constrangidas", diz. (AI)


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