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Andar 30 minutos por dia protege saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu uso meu carro para todos
os compromissos, até mesmo para ir à padaria da esquina. Em
compensação, faço exercícios aeróbicos todos os dias da semana
por uma hora e meia. Acho isso
uma forma de compensar aquilo
que faço de carro", diz Carlos
Eduardo Rocha, 21, estudante de
fisioterapia de Barra Mansa (RJ).
O argumento de Rocha é comum entre jovens, mas nem sempre suficiente para servir de
exemplo de uma vida saudável.
Luís Carlos de Oliveira, assessor
científico do programa Agita São
Paulo (criado por solicitação do
Estado para promover a atividade
física), afirma que atitudes simples no cotidiano podem ser mais
benéficas à saúde do que exercícios prolongados em academias.
Oliveira, que também é professor de educação física, diz que as
pessoas precisam se exercitar 30
minutos por dia, cinco vezes por
semana, para não serem sedentárias. Esse tempo pode ser dividido
em até três blocos -ou seja,
quem anda dez minutos ao ponto
de ônibus, depois mais dez para ir
almoçar e mais dez na volta para
casa já cumpriu a exigência.
"Não há comprovação dos efeitos de atividades de menos de dez
minutos contínuos", afirma.
"Quem vai à academia três vezes
por semana pode conquistar melhor aptidão física. Mas quem anda 30 minutos por dia [em caminhadas corriqueiras de ao menos
dez minutos cada] fica com a saúde mais bem protegida", diz.
O programa Agita São Paulo,
lançado em dezembro de 1996,
diz que um estilo de vida saudável
protege em 50% contra fatores de
morte de doenças não transmissíveis, como infarto, cardiopatia e
obesidade. Além da atividade física, a alimentação e as horas de sono adequadas também são condições para essa proteção.
Ambiente hostil
Embora saudável, especialistas
em transporte reconhecem algumas dificuldades que desestimulam os pedestres mesmo em pequenos trajetos.
"O pedestre sofre muito. É difícil atravessar avenidas, há obstáculos. O ambiente é hostil, não
ajuda", afirma Cláudio Barbieri,
professor da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
Eduardo Daros, da Abraspe
(Associação Brasileira de Pedestres), diz que, além da insegurança contra assaltos, é grave a insegurança no trânsito. "Andar 500
metros a pé é mais arriscado do
que de carro", afirma.
Ele vê uma dificuldade maior
para as mulheres -e cita sua neta
de 15 anos como exemplo. O assédio sexual verbal é generalizado.
As mulheres ficam constrangidas", diz.
(AI)
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