São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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Empresa diz que obras não causam o problema

Especialista defende estudo independente

DO ENVIADO AO GUARUJÁ

Especialistas e responsáveis pela obra no porto de Santos divergem sobre as ondas altas na praia do Góes.
Não existe "nenhuma relação" entre a dragagem e a situação registrada na praia do Góes, afirma Paulino Moreira Vicente, diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).
Quando a empresa obteve as licenças ambientais da obra ficou obrigada a acompanhar os impactos da dragagem no canal do porto por meio de relatórios de monitoramento mensais.
"Esses estudos, até hoje, não receberam nenhum tipo de contestação", diz Vicente. Para ele, as alterações vistas no Góes são naturais.
A reportagem da Folha não teve acesso aos relatórios mensais feitos por técnicos do Instituto Geológico de São Paulo, instituição pública, a pedido da Codesp.
De acordo com o diretor da companhia, todos os interessados, como as prefeituras de Santos e do Guarujá, têm acesso aos dados técnicos.
"Neste caso, a voz do povo é a voz de Deus", diz Hélio Lopes, secretário de Meio Ambiente do Guarujá.
"Tudo leva à dragagem. Mudou a profundidade, a declividade está mais brusca. Ressaca sempre ocorreu, mas não com essas consequências", diz o secretário.
Lopes afirma que suas opiniões estão baseadas em observações dos fatos. De quem há muito tempo conhece a região. "Mas agora, estamos contratando um estudo para provar cientificamente esta relação", afirma ele.
O secretário não desqualifica o estudo da Codesp. Mas diz que o monitoramento oficial, conforme vem sendo feito, não foca corretamente o problema das ondas fortes sobre a praia do Góes.

ESTUDOS
Especialistas em oceanografia ouvidos pela Folha são unânimes em dizer que é cedo para inocentar a dragagem e que, provavelmente, a obra tem alguma parcela de culpa no processo.
"É preciso que sejam feitos estudos independentes neste caso, que possam de fato apontar para os caminhos que gerem ganhos para ambos os lados", diz o pesquisador Fabrício Caldeira, diretor da ONG Instituto Maramar.
O secretário diz que a prefeitura vai trabalhar para atender as reivindicações.
Parte da solução para a praia do Góes é a construção de um píer mais sólido. Ou, talvez, de dois pontos de atracação para os barcos.


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