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MASSACRE DO CARANDIRU
Ex-governador diz que teria dado ordem para a PM invadir, "mesmo sabendo das consequências"
Para Fleury, ação de Ubiratan foi correta
GUTO GONÇALVES
DA FOLHA ONLINE
O ex-governador e deputado federal Fleury Filho (PTB) disse que
teria dado a ordem em 92 para a
Polícia Militar entrar no Carandiru para acabar com a rebelião de
presos assim como teria ordenado hoje, "mesmo sabendo das
consequências".
"O coronel Ubiratan Guimarães
recebeu um ordem legítima e agiu
corretamente. Se estivesse no
meu gabinete na época, teria autorizado e autorizaria hoje, mesmo sabendo das consequências",
afirmou. Para ele, a absolvição do
coronel é uma questão de justiça.
Em 2 de outubro de 1992, o então governador Luiz Antônio
Fleury Filho estava viajando pelo
interior, em Sorocaba (100 km de
SP). Ele alega que, na época, não
havia celular e diz que soube apenas "superficialmente" sobre o
ocorrido no final da tarde da sexta-feira do massacre.
Ubiratan está sendo julgado pela morte de 111 presos e tentativa
de homicídio de outras cinco pessoas no massacre do Carandiru.
O ex-governador está acompanhando o julgamento, mas deve
fazer comentários sobre o dia do
massacre apenas após o resultado
final. Diz que não quer influenciar
os jurados. Na sua avaliação, as
últimas ações do PCC (Primeiro
Comando da Capital), facção criminosa que atua nos presídios de
São Paulo, só beneficiam o réu. "A
população não aguenta mais tanta desordem", disse.
Para justificar suas críticas, o
deputado disse que "mais de um
Carandiru" morre por semana
em São Paulo assassinado. "E não
são bandidos que morrem, não.
São estudantes, donas-de-casa,
trabalhadores."
Escolta
Oficiais da Polícia Militar, da
ativa e da reserva, estão "escoltando" o coronel Ubiratan Guimarães ao fórum da Barra Funda, em
São Paulo.
Não se trata de segurança particular, como eles dizem, "porque o
coronel não aceitaria", mas de
apoio, segundo um capitão da Polícia Militar.
O coronel, que na época do
massacre comandava o policiamento metropolitano, acompanha atentamente a leitura das peças. Dá palpites ao advogado,
conforme os trechos são lidos aos
jurados, e permanece sério.
Segundo amigos, ele dá como
certa sua absolvição, por achar
que não há provas para condená-lo. A linha de defesa tem procurado dizer que o confronto com os
presos foi inevitável e que o coronel, atingido por uma explosão,
teria saído do presídio antes do final da operação.
Colaborou a REPORTAGEM LOCAL
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