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FLAGRANTE
Carceragem da Polinter também tinha escritório clandestino de advocacia, frigobar e telefone; Garotinho exonera delegado
Polícia acha até internet em prisão do Rio
MARIO HUGO MONKEN
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
Uma vistoria feita de surpresa
pela Corregedoria da Polícia Civil
na manhã de ontem na carceragem Ponto Zero da Polinter (Polícia Interestadual), em Benfica
(zona norte do Rio), apreendeu
24 celulares e descobriu um escritório de advocacia clandestino
dentro da prisão. No local, estão
presos 35 policiais e 45 detentos
com diploma universitário.
Dos 24 celulares, cinco estavam
com fiscais acusados de terem
contas ilegais na Suíça que somam US$ 33,4 milhões. Os policiais descobriram ainda que dois
outros presos mantinham suítes
privativas na carceragem, com internet, telefone fixo, aparelho de
fax, ar-condicionado e frigobar.
À noite, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio,
Anthony Garotinho, anunciou a
exoneração do delegado Fernando Villapouca do cargo de diretor
da Polinter.
A ação foi deflagrada após uma
denúncia anônima enviada à Corregedoria no último dia 18. Nela,
um preso informou que os presos
estavam pagando propinas aos
policiais para terem mordomias.
Cada preso pagaria semanalmente R$ 500 para receber garantias de que, quando fossem condenados, não seriam transferidos.
O dinheiro seria entregue pelos
presos a três faxineiros, que o repassavam aos policiais.
Suítes
Segundo o corregedor Jorge
Abreu, o bicheiro Fernando Ignácio de Miranda e o advogado
Wadson Camel tinham suítes privativas duplex na prisão, de 15
metros quadrados cada uma.
Na cela de Camel, foram achados dois microcomputadores,
uma impressora, um aparelho de
fax e fichas de inscrição de um suposto escritório de advocacia que
ele teria montado na prisão. Segundo a denúncia, Camel pagaria
R$ 15 mil por mês para manter o
escritório.
Com Miranda, os policiais acharam R$ 10 mil e três celulares. Segundo os policiais, a cela estava
decorada com espelhos, banheiro
com box e aparelho de ar-condicionado. Também havia um frigobar com cervejas.
Abreu disse que abrirá inquérito policial e sindicância para apurar as irregularidades e classificou
o fato como uma "imoralidade".
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