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Meio e gens influem na inteligência
DA REPORTAGEM LOCAL
O neuropsicólogo Daniel Fuendes, 28, do Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas, afirma
que o grau de inteligência das pessoas é determinado por uma associação de fatores poligênicos e
multifatoriais. O primeiro é caracterizado por uma combinação de
genes. O outro passa por estimulação ambiental.
Para Fuendes, com a ajuda recebida, Edson Mesquita tem tudo
para desenvolver ainda mais o seu
potencial intelectual. O garoto
nunca fez um teste de QI para saber se pode ser enquadrado entre
os superdotados.
Estima-se que 5% da população
mundial seja de superdotados e
que maioria não conseguirá desenvolver esse potencial especialmente pela falta de programas
que os identifiquem e apóiem.
"Isso poderia ser feito a um custo muito baixo pela própria rede
pública de educação. Essas crianças são esponjas de conhecimento", afirma Fuentes.
Segundo ele, pessoas superdotadas existem em todas as classes
sociais e nas mais diferentes culturas. Fuentes é supervisor no
Brasil da Mensa, uma sociedade
internacional formada por pessoas de alto QI, e conta com cerca
de 100 mil integrantes que têm QI
de 148 ou mais. No Brasil, são 400
membros.
Alguns integrantes da sociedade pensam em implantar no país
um programa que facilite o acesso
de crianças superdotadas carentes a escolas que as ajudem a desenvolver o potencial cognitivo.
Segundo o presidente da Mensa
no Brasil, o neurocirurgião José
Augusto Ribeiro Teixeira, 34, a associação planeja captar recursos
para ajuda dessas crianças, a
exemplo do que já acontece nos
EUA e Canadá.
Enquanto não pode oferecer
ajuda material, a Mensa brasileira
inicia no próximo semestre um
grupo de discussão com pais de
crianças superdotadas, que receberão orientação de psicólogos,
neuropediatras e pedagogos.
De acordo com Teixeira, há
uma expectativa muito grande
dos pais sobre o desempenho dos
filhos superdotados. "Muitas vezes, eles não se satisfazem apenas
com uma bolsa de estudo para o
filho. Há carência de comida,
transporte, material escolar."
Mas nem sempre a falta de dinheiro é o principal problema.
Teixeira diz que há exemplos de
pais com uma boa situação financeira que temem que o desenvolvimento do potencial de crianças
superdotadas traga mais prejuízos do que benefícios.
Daniel Fuendes diz que a proposta para os alunos superdotados é de um acréscimo acadêmico
de, no máximo, 40%. "A idéia é
expandir os conceitos que a criança está recebendo na sua série. É
contraproducente estimular a
criança a adiantar anos na escola.
É essencial que ela conviva com
crianças da mesma idade."
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