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Deputados querem intermediar acordo
Parlamentares da CPI do Apagão Aéreo da Câmara vão paralisar investigações para tentar pacto entre oficiais e controladores
Objetivo é evitar que ameaça velada de greve no mês de julho seja cumprida pelos controladores e haja crise sem precedentes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os parlamentares da CPI do
Apagão Aéreo da Câmara decidiram paralisar as investigações por uma semana para tentar intermediar um acordo entre controladores de tráfego aéreo e oficiais que possa encerrar a crise nos aeroportos.
Na avaliação dos parlamentares, o rompimento de relações entre as partes pode provocar uma crise sem precedentes nos aeroportos brasileiros.
O maior temor é que os controladores cumpram ameaças
veladas de deflagrar greve no
início de julho, quando começam os Jogos Pan-Americanos
e as férias escolares.
"Temos que tomar cuidados
para não permitir que uma greve branca ocorra. Da forma como as coisas estão, os dois lados
estão se preparando para a
guerra", afirmou o deputado
Marco Maia (PT-RS), relator da
CPI do Apagão Aéreo.
Na quarta-feira, os deputados da CPI permaneceram na
sede do Cindacta-1, em Brasília,
durante dez horas. Deixaram o
local certos de que o clima está
muito ruim ao ponto de os oficiais e os controladores nem sequer se cumprimentarem.
O relator da CPI chegou a
brincar que é preciso ligar o
transponder dos controladores
e dos oficiais para evitar os choques. "Se precisarmos suspender temporariamente a CPI,
não tem problema. Há ameaça
de uma greve para o início de
junho", disse o deputado André
Vargas (PT-PR).
O presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI),
e o relator foram escalados para
procurar ontem o ministro
Waldir Pires (Defesa) e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, para oferecer ajuda
da comissão para intermediar
um acordo entre controladores
e oficiais.
Senado
Em depoimento ontem à CPI
do Apagão Aéreo do Senado, a
empresária Silvia Pfeiffer acusou o ex-presidente da Infraero, Carlos Wilson, deputado pelo PT-PE, de realizar contratos
superfaturados durante sua
gestão da estatal e afirmou que
obras de infra-estrutura em diversos aeroportos do país foram sujeitas a fraudes. "Carlos
Wilson fazia arrecadação dentro da Infraero e acertos pelos
quais eram cobrados 10% de
propina", disse Pfeiffer à CPI.
A empresária afirmou aos senadores que um contrato feito
com a empresa FS-3, fabricante
de softwares, teve superfaturamento de R$ 23 milhões e que o
responsável pela contratação
foi Wilson.
Procurado para comentar a
denúncia, Wilson, que estava
em São Paulo para tratar de
exames médicos, não foi encontrado, segundo a assessoria
de imprensa do deputado.
Pfeiffer é sócia da Aeromídia,
empresa que fez contratos com
a Infraero a partir de 2002. Ela
autorizou a quebra de seus sigilos bancário e telefônico.
Indagada sobre suspeitas de
falsidade ideológica e emissão
de cheques sem fundo pelo presidente da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO),
negou as acusações.
Em depoimento na CPI do
Apagão Aéreo da Câmara dos
Deputados, Eleuza Terezinha,
diretora da engenharia da Infraero, negou que a empresa tenha cometido irregularidades
na sua gestão.
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