São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Deputados querem intermediar acordo

Parlamentares da CPI do Apagão Aéreo da Câmara vão paralisar investigações para tentar pacto entre oficiais e controladores

Objetivo é evitar que ameaça velada de greve no mês de julho seja cumprida pelos controladores e haja crise sem precedentes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os parlamentares da CPI do Apagão Aéreo da Câmara decidiram paralisar as investigações por uma semana para tentar intermediar um acordo entre controladores de tráfego aéreo e oficiais que possa encerrar a crise nos aeroportos.
Na avaliação dos parlamentares, o rompimento de relações entre as partes pode provocar uma crise sem precedentes nos aeroportos brasileiros.
O maior temor é que os controladores cumpram ameaças veladas de deflagrar greve no início de julho, quando começam os Jogos Pan-Americanos e as férias escolares.
"Temos que tomar cuidados para não permitir que uma greve branca ocorra. Da forma como as coisas estão, os dois lados estão se preparando para a guerra", afirmou o deputado Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão Aéreo.
Na quarta-feira, os deputados da CPI permaneceram na sede do Cindacta-1, em Brasília, durante dez horas. Deixaram o local certos de que o clima está muito ruim ao ponto de os oficiais e os controladores nem sequer se cumprimentarem.
O relator da CPI chegou a brincar que é preciso ligar o transponder dos controladores e dos oficiais para evitar os choques. "Se precisarmos suspender temporariamente a CPI, não tem problema. Há ameaça de uma greve para o início de junho", disse o deputado André Vargas (PT-PR).
O presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), e o relator foram escalados para procurar ontem o ministro Waldir Pires (Defesa) e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, para oferecer ajuda da comissão para intermediar um acordo entre controladores e oficiais.

Senado
Em depoimento ontem à CPI do Apagão Aéreo do Senado, a empresária Silvia Pfeiffer acusou o ex-presidente da Infraero, Carlos Wilson, deputado pelo PT-PE, de realizar contratos superfaturados durante sua gestão da estatal e afirmou que obras de infra-estrutura em diversos aeroportos do país foram sujeitas a fraudes. "Carlos Wilson fazia arrecadação dentro da Infraero e acertos pelos quais eram cobrados 10% de propina", disse Pfeiffer à CPI.
A empresária afirmou aos senadores que um contrato feito com a empresa FS-3, fabricante de softwares, teve superfaturamento de R$ 23 milhões e que o responsável pela contratação foi Wilson.
Procurado para comentar a denúncia, Wilson, que estava em São Paulo para tratar de exames médicos, não foi encontrado, segundo a assessoria de imprensa do deputado.
Pfeiffer é sócia da Aeromídia, empresa que fez contratos com a Infraero a partir de 2002. Ela autorizou a quebra de seus sigilos bancário e telefônico.
Indagada sobre suspeitas de falsidade ideológica e emissão de cheques sem fundo pelo presidente da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), negou as acusações.
Em depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, Eleuza Terezinha, diretora da engenharia da Infraero, negou que a empresa tenha cometido irregularidades na sua gestão.


Texto Anterior: Prisão fere democracia, diz sindicalista
Próximo Texto: Governo libera mais verba para proteção ao vôo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.