São Paulo, terça, 22 de julho de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empreiteira estuda pedir a moradores que saiam de imóveis quando escavações recomeçarem
Casas podem ter que ser desocupadas

Leonardo Colosso/Folha Imagem
Máquinas trabalham nas escavações das obras do trecho Clínicas-Vila Madalena da extensão oeste do Metrô


MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

A empreiteira Constran, que executa as obras da extensão oeste da linha Paulista do Metrô, estuda a possibilidade de pedir aos moradores das casas das ruas Votuporanga e Taboão, no Sumaré (zona sudoeste de São Paulo), que desocupem suas casas quando forem retomadas as escavações da obra, o que deve ocorrer dentro de cem dias.
Um engenheiro ligado à obra, que pediu para não ter seu nome revelado, disse que o assunto foi discutido numa reunião entre engenheiros da empreiteira e do Metrô.
As casas que seriam interditadas ficam no quarteirão onde desabou, há uma semana, a casa da dona-de-casa Dulce Meireles de Assis, mãe do engenheiro Luís Carlos Meireles de Assis, chefe do canteiro de obras da extensão oeste.
Até então, a Constran ofereceu hospedagem em hotéis, durante as obras, aos moradores que estejam inseguros em permanecer em suas casas (leia texto abaixo).
A medida seria uma prevenção extra para evitar que acidentes com vítimas venham a ocorrer, já que ainda existiria o risco de desabamento.
O engenheiro de estruturas e fundações Roberto Kochen, professor da USP, diz que uma possível interdição depende do estado das casas.
"Em condições normais não seria necessário interditar, mas como houve um desabamento, várias precauções estão sendo tomadas."
O geólogo chefe do agrupamento de geofísica aplicada do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Wilson Shoji, diz que uma intervenção do tipo não é normal.
"Se a fizerem, é uma prevenção extra, pois existem técnicas, que já devem estar sendo aplicadas lá (no local das obras) que podem evitar desabamentos."
O consultor de túneis contratado pela Constran, Carlos Eduardo Moreira Maffei, diz que não acha a medida necessária.
Metrô
A assessoria de imprensa do Metrô diz que não há a menor possibilidade de a interdição ocorrer e os moradores da região não têm o que temer.
A empresa informou que nenhuma das casas está interditada e que a família do advogado Márcio Fernandes optou por ficar fora do imóvel por não se sentir segura para voltar para casa.
Medições feitas pelo Metrô indicam que nenhuma casa vizinha ao imóvel que desabou corre o risco de ruir por estarem com as fundações intactas.
A companhia reafirmou o intuito de atender os pedidos dos moradores que tenham medo de permanecer em suas casas.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.