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INVERNO
Bronqueolite também está entre os males mais frequentes nesta época de frio; segundo médicos, número de casos cresceu
Pneumonia é a que mais ataca crianças
GABRIELA SCHEINBERG
DA REPORTAGEM LOCAL
Pneumonia e bronqueolite,
doenças que acometem as vias
respiratórias, estão liderando a incidência de males provocados pelo frio em crianças neste inverno.
Embora não haja números para
essas doenças, pois não são de notificação compulsória, especialistas perceberam o aumento no número de pessoas doentes.
A pneumonia, caracterizada pela infecção dos pulmões, é provocada principalmente por bactérias. "Ela acomete com maior frequência os mais velhos e os mais
novos", disse Luiz Bellizia Neto,
médico-assistente do Instituto da
Criança, em São Paulo. O tratamento para pneumonia consiste
na administração de antibióticos
e de outros medicamentos.
Crianças com menos de 2 anos
correm mais risco de ter bronqueolite, doença provocada por
um vírus. "Quanto mais nova for
a criança, maior será o risco."
A doença acomete as vias aéreas
inferiores. "A criança apresenta
sintomas semelhantes ao de uma
gripe comum e depois piora."
A doença também causa inapetência, o que piora o caso. Quadros mais graves podem causar
uma insuficiência respiratória. As
crianças devem ser internadas para receber oxigênio e reverter o
quadro.
Para evitar a pneumonia e a
bronqueolite, assim como as demais doenças do inverno (sinusite, gripes, entre outras), o mais
importante, segundo Bellizia, é
manter as crianças bem nutridas.
"Crianças desnutridas estão em
desvantagem", disse.
Uma outra forma de evitar as
doenças é praticando esporte, segundo Jacob Faintuch, clínico-geral do Hospital das Clínicas, em
São Paulo. "A prática do esporte
melhora o sistema de defesa e evita infecções", disse.
No entanto, o esporte deve ser
praticado com moderação. "O excesso de exercício tem o efeito
oposto", diz Faintuch.
Evitar locais aglomerados, que
facilitam a transmissão da doença, também ajuda a prevenir os
males do inverno.
Muitos pais fecham todas as janelas e portas para evitar o ar frio,
no entanto, isso acaba tornando o
local propício para a transmissão
dos vírus e bactérias responsáveis
pelas doenças do inverno.
"Se os pais forem fumantes, a
fumaça acaba irritando as crianças ainda mais", disse Bellizia.
Falta de chuva
Um fator agravante deste inverno é a falta de chuva, o que acaba
acumulando os poluentes que
agridem as vias respiratórias, informou Carlos Carvalho, supervisor do serviço de pneumologia do
Hospital das Clínicas.
O ar frio é também responsável
pela agregação dos poluentes,
além de provocar a paralisação
dos cílios, localizados nas vias respiratórias. Os cílios são um mecanismo de defesa que, quando ausentes, facilitam a infecção.
"A combinação desses fatores
provocou um aumento de casos
de doenças respiratórias em adultos", disse Carvalho.
Segundo ele, houve um aumento esperado das doenças de janeiro a julho, principalmente após a
entrada do inverno. "Pessoas com
males crônicos, como asma e
bronquite, também apresentaram uma piora do quadro", disse.
A gripe que assustou o mundo
em janeiro, provocando a morte
milhares de europeus, não acometeu os brasileiros. Segundo
Carvalho, houve uma incidência
de uma gripe mais forte em abril e
em maio, mas a gravidade não foi
igual à observada no Hemisfério
Norte no começo do ano.
"A maior parte das pessoas tomou a vacina antigripal, que incluía os agentes causadores da supergripe", informou.
O frio pode ser responsável
também por uma maior incidência de infartos, de acordo com
Faintuch. "Não se sabe ao certo se
o aumento é causado pelo frio ou
pelas doenças respiratórias", disse. "Mas há um aumento, embora
o tema ainda seja controverso."
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