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SAÚDE
Medidas prevêem reduzir incidência da doença até 2006
Governo priorizará população de baixa renda nas ações anti-Aids
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após conseguir avanços significativos na prevenção e no tratamento de casos de Aids, o Brasil
vai priorizar ações voltadas à população de baixa renda, mulheres
e jovens, além de tentar reduzir
ainda mais as mortes e ampliar os
exames para diagnóstico do HIV,
vírus causador da doença.
Essas medidas, divulgadas ontem em Brasília, estão entre as
metas do Ministério da Saúde para o Programa Nacional de DST-Aids até 2006, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Terão prioridade mulheres,
pessoas de baixa renda, jovens e
população vulnerável, como
usuários de drogas injetáveis e
profissionais do sexo, devido ao
aumento da incidência de Aids
nesses grupos. Entre as mulheres,
por exemplo, a epidemia cresce
nove vezes mais se comparada
aos homens, enquanto a queda da
mortalidade é menor.
O governo pretende reduzir a
incidência de Aids de 15 casos por
100 mil habitantes ao ano para dez
registros por 100 mil. Estima-se
que haja cerca de 600 mil pessoas
infectadas pelo HIV, sendo que
pelo menos a metade não sabe
que é portadora do vírus.
Para atingir essa meta, o ministério pretende garantir assistência
aos soropositivos, ampliar o diagnóstico e elevar o consumo de
preservativo de 550 milhões de
unidades/ano para 1,2 bilhão.
O governo prevê a instalação de
uma fábrica de preservativos no
Acre. Prepara ainda uma série de
medidas para reduzir o preço e fará distribuição em escolas.
Por enquanto, receberão preservativos na sala de aula estudantes de Curitiba (PR), São José
do Rio Preto (SP), Rio Branco e
Xapuri, ambas no Acre.
"Estamos estudando formas de
reduzir impostos e custo da embalagem para que a unidade saia
por até R$ 0,25", afirmou Alexandre Grangeiro, 38, novo coordenador do Programa Nacional de
DST-Aids. Grangeiro substituirá
Paulo Roberto Teixeira, nomeado
na gestão do tucano José Serra e
que foi cedido pelo ministério ao
programa de Aids da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Outras duas metas são diminuir
a mortalidade de doentes com
Aids de 50% para 35% e aumentar
os exames de 1,8 milhão de testes/ano para 4,5 milhões.
O governo também pretende
garantir 100% de tratamento para
a gestante HIV positiva. Calcula-se que existam 17 mil gestantes infectadas a cada ano, sendo que
6.000 têm acesso ao tratamento.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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