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São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2003

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SAÚDE

Medidas prevêem reduzir incidência da doença até 2006

Governo priorizará população de baixa renda nas ações anti-Aids

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após conseguir avanços significativos na prevenção e no tratamento de casos de Aids, o Brasil vai priorizar ações voltadas à população de baixa renda, mulheres e jovens, além de tentar reduzir ainda mais as mortes e ampliar os exames para diagnóstico do HIV, vírus causador da doença.
Essas medidas, divulgadas ontem em Brasília, estão entre as metas do Ministério da Saúde para o Programa Nacional de DST-Aids até 2006, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Terão prioridade mulheres, pessoas de baixa renda, jovens e população vulnerável, como usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo, devido ao aumento da incidência de Aids nesses grupos. Entre as mulheres, por exemplo, a epidemia cresce nove vezes mais se comparada aos homens, enquanto a queda da mortalidade é menor.
O governo pretende reduzir a incidência de Aids de 15 casos por 100 mil habitantes ao ano para dez registros por 100 mil. Estima-se que haja cerca de 600 mil pessoas infectadas pelo HIV, sendo que pelo menos a metade não sabe que é portadora do vírus.
Para atingir essa meta, o ministério pretende garantir assistência aos soropositivos, ampliar o diagnóstico e elevar o consumo de preservativo de 550 milhões de unidades/ano para 1,2 bilhão.
O governo prevê a instalação de uma fábrica de preservativos no Acre. Prepara ainda uma série de medidas para reduzir o preço e fará distribuição em escolas.
Por enquanto, receberão preservativos na sala de aula estudantes de Curitiba (PR), São José do Rio Preto (SP), Rio Branco e Xapuri, ambas no Acre.
"Estamos estudando formas de reduzir impostos e custo da embalagem para que a unidade saia por até R$ 0,25", afirmou Alexandre Grangeiro, 38, novo coordenador do Programa Nacional de DST-Aids. Grangeiro substituirá Paulo Roberto Teixeira, nomeado na gestão do tucano José Serra e que foi cedido pelo ministério ao programa de Aids da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Outras duas metas são diminuir a mortalidade de doentes com Aids de 50% para 35% e aumentar os exames de 1,8 milhão de testes/ano para 4,5 milhões.
O governo também pretende garantir 100% de tratamento para a gestante HIV positiva. Calcula-se que existam 17 mil gestantes infectadas a cada ano, sendo que 6.000 têm acesso ao tratamento. (LUCIANA CONSTANTINO)


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