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Labradores ajudam nas buscas de corpos do acidente
As cadelas Dora, Dara e Ane chegaram ontem aos escombros
Pela manhã, cadelas que participaram de buscas na cratera do metrô Pinheiros já tinham encontrado fragmentos de vítimas
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
![](../images/c2207200701.jpg) |
Labrador do Corpo de Bombeiros vasculha escombros; cães atuaram na tragédia do metrô Pinheiros |
DA REPORTAGEM LOCAL
As cadelas labradores Dora,
Dara e Ane, que participaram
das buscas de corpos na tragédia do metrô de Pinheiros, em
janeiro deste ano, chegaram na
manhã de ontem aos escombros do acidente da TAM, ao lado do aeroporto de Congonhas.
"Os cães vasculharão a área em
busca de fragmentos de corpos", explicou o sargento José
Edvaldo Mascarenhas.
"As cadelas também podem
ser ferramenta para achar corpos inteiros, especialmente em
lugares onde ainda não tivemos
acesso, entre 15% e 20% do prédio", disse o capitão Mauro Lopes, porta-voz do Corpo de
Bombeiros.
No fim da manhã, elas já tinham encontrado alguns fragmentos de corpos. Nas primeiras horas, porém, o trabalho foi
de reconhecimento de área. "Lá
dentro do prédio está ainda
muito quente. Se uma cadela se
queima, pode se traumatizar e
não querer fazer o trabalho
nunca mais", disse Mascarenhas. O cálculo dos bombeiros
é de que a temperatura passe de
60 graus em alguns pontos.
Era a primeira vez em que as
cadelas fariam reconhecimento de corpos carbonizados.
"Elas são treinadas para farejar
corpos em decomposição. Então estamos preparando os animais, dando a eles sacos que
transportaram corpos carbonizados", disse Lopes. O Corpo de
Bombeiros tem 12 cães treinados para participar de buscas.
De madrugada, no IML (Instituto Médico Legal), foram
identificados mais quatro corpos: Heloisa Helena Lopes, Maria de Fátima Santiago, Carla
Fioratti e Julia de Oliveira Camargo. Já são 45 as vítimas reconhecidas. Pelo menos 197
pessoas morreram, sendo que
187 estavam no avião.
Para ajudar na identificação,
funcionários do IML estavam
programados para, à tarde, percorrer os três hotéis onde se encontram parentes das vítimas a
fim de recolher amostras de
sangue. O material será utilizado em testes de DNA.
Algumas famílias também
começaram a voltar para casa.
Na sexta-feira, segundo a TAM,
havia 348 parentes hospedados
nos hotéis. Ontem, o número
estava em 255 até o fim da manhã. David Julio, pai de Rodrigo de Sousa Moreale, 32, se preparava para voltar a Itápolis, interior de São Paulo, onde mora.
"Só estou esperando para tirar
o sangue. Tenho de tentar retomar a rotina, por mais difícil
que seja." Sua mulher permanecerá em São Paulo até que o
corpo seja identificado.
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