São Paulo, quarta, 22 de julho de 1998

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ENSINO
Proposta aprovada pelo grupo de 34 países reforça a avaliação nacional para comparar o sistema educacional
Ministros criam conselho de educação

BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

Os ministros da Educação de 34 países das Américas criaram uma espécie de "conselho de segurança" da OEA (Organização dos Estados Americanos) para educação.
A decisão foi tomada na 1ª Reunião de Ministros da Educação do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA, encerrada ontem em Brasília.
Na 2ª Cúpula das Américas, realizada em abril no Chile, os ministros formaram um grupo de dez países encarregado de estabelecer as ações para concretizar o plano de compromissos educacionais.
Integram esse grupo Brasil, México, Argentina, EUA, Canadá, Chile, Colômbia, Jamaica, El Salvador e Uruguai.
Parte dos 24 países que ficaram de fora reclamou maior participação nas resoluções futuras a serem elaboradas pelo grupo. Os protestos partiram principalmente do Peru e da Bolívia, segundo o secretário-geral da OEA, César Gaviria.
Os ministros chegaram então a um mecanismo parecido ao do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que possui membros permanentes e outros temporários.
O antes chamado Grupo dos Dez da educação vai passar a ter 11 membros a partir de 99. México, Chile, Argentina, EUA, Canadá e Brasil terão cadeira permanente. Os outros cinco assentos serão ocupados, a cada ano, por um país da América Central, um dos países andinos, um país do Mercosul e dois do Caribe.
O Grupo dos Dez preparou o documento aprovado ontem. Uma das principais decisões diz respeito ao estabelecimento ou reforço, a partir de 99, dos sistemas nacionais de avaliação da qualidade da educação com indicadores que permitam medir o desempenho desses sistemas e compará-los.
"No Brasil, nós temos o pior e o melhor. A heterogeneidade da situação na América Latina pode ser superada por meio da cooperação educacional", disse o ministro Paulo Renato Souza.
Ele citou pesquisa feita por Claudio de Moura Castro, conselheiro chefe para educação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que mostra a desigualdade dos indicadores sociais.
Pela pesquisa, foi aplicada em cada Estado ou província do Brasil, Argentina, México e China a fórmula da ONU que mede o nível de desenvolvimento social.
"Não há nenhuma província ou Estado nesses países que seja mais desenvolvida socioeconomicamente que o Rio Grande do Sul, mas em compensação nenhum Estado pobre desses países tem uma situação tão ruim como a da Paraíba", disse Castro.
Segundo o pesquisador, a situação das províncias mais pobres da Argentina está próxima à dos Estados mais ricos brasileiros.



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