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ENSINO
Proposta aprovada pelo grupo de 34 países reforça a avaliação nacional para comparar o sistema educacional
Ministros criam conselho de educação
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Os ministros da Educação de 34
países das Américas criaram uma
espécie de "conselho de segurança" da OEA (Organização dos Estados Americanos) para educação.
A decisão foi tomada na 1ª Reunião de Ministros da Educação do
Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral da OEA,
encerrada ontem em Brasília.
Na 2ª Cúpula das Américas, realizada em abril no Chile, os ministros formaram um grupo de dez
países encarregado de estabelecer
as ações para concretizar o plano
de compromissos educacionais.
Integram esse grupo Brasil, México, Argentina, EUA, Canadá,
Chile, Colômbia, Jamaica, El Salvador e Uruguai.
Parte dos 24 países que ficaram
de fora reclamou maior participação nas resoluções futuras a serem
elaboradas pelo grupo. Os protestos partiram principalmente do
Peru e da Bolívia, segundo o secretário-geral da OEA, César Gaviria.
Os ministros chegaram então a
um mecanismo parecido ao do
Conselho de Segurança da ONU
(Organização das Nações Unidas),
que possui membros permanentes
e outros temporários.
O antes chamado Grupo dos Dez
da educação vai passar a ter 11
membros a partir de 99. México,
Chile, Argentina, EUA, Canadá e
Brasil terão cadeira permanente.
Os outros cinco assentos serão
ocupados, a cada ano, por um país
da América Central, um dos países
andinos, um país do Mercosul e
dois do Caribe.
O Grupo dos Dez preparou o documento aprovado ontem. Uma
das principais decisões diz respeito ao estabelecimento ou reforço,
a partir de 99, dos sistemas nacionais de avaliação da qualidade da
educação com indicadores que
permitam medir o desempenho
desses sistemas e compará-los.
"No Brasil, nós temos o pior e o
melhor. A heterogeneidade da situação na América Latina pode ser
superada por meio da cooperação
educacional", disse o ministro
Paulo Renato Souza.
Ele citou pesquisa feita por Claudio de Moura Castro, conselheiro
chefe para educação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que mostra a desigualdade dos indicadores sociais.
Pela pesquisa, foi aplicada em
cada Estado ou província do Brasil, Argentina, México e China a
fórmula da ONU que mede o nível
de desenvolvimento social.
"Não há nenhuma província ou
Estado nesses países que seja mais
desenvolvida socioeconomicamente que o Rio Grande do Sul,
mas em compensação nenhum
Estado pobre desses países tem
uma situação tão ruim como a da
Paraíba", disse Castro.
Segundo o pesquisador, a situação das províncias mais pobres da
Argentina está próxima à dos Estados mais ricos brasileiros.
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