São Paulo, sexta, 22 de agosto de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMÉRCIO INFORMAL
Ambulantes protestam mas não conseguem audiência com prefeito
Camelô ameaça voltar hoje à Paulista

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Os camelôs que há um mês estão proibidos de comercializar na avenida Paulista (zona sudoeste de São Paulo) ameaçaram ontem voltar, em protesto, para a avenida, a partir das 9h de hoje.
Eles pretendem montar suas barracas em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo).
Ontem, cerca de 200 camelôs fizeram passeata da avenida Paulista até a Prefeitura de São Paulo, no parque D. Pedro (centro).
A passeata seguiu pelas avenidas Paulista e Brigadeiro Luiz Antonio, complicando momentaneamente o trânsito por onde passou.
Os ambulantes queriam apresentar ao prefeito Celso Pitta uma proposta do Sindicato da Economia Informal para racionalizar a presença dos camelôs na avenida.
Eles esperaram até as 16h, mas nem o prefeito, nem o secretário das Administrações Regionais, Alfredo Savelli, atenderam o grupo.
Os camelôs querem, com apoio da iniciativa privada, padronizar as barracas. Em troca, poderiam colar anúncios, como ocorre nas bancas de jornal. Todas as barracas contariam com cestos de lixo.
O projeto prevê que apenas 200 camelôs ficariam na avenida, distribuídos nos seus 2 km de extensão. Outros 150 ficariam nas transversais. Em cada quarteirão haveria um responsável pela limpeza.
Paulista não
O prefeito Celso Pitta disse que a solução para o comércio ambulante é a organização.
"Somos sensíveis à questão do desemprego, mas somos responsáveis pela organização da cidade. O comércio ambulante na Paulista não pode se estabelecer."
Segundo Pitta, os ambulantes serão direcionados para outro local.
O secretario Savelli diz que não atendeu os camelôs na prefeitura porque está recebendo os ambulantes na secretaria. Ele disse que acabou de visitar Lima, capital do Peru, onde a prefeitura "assentou" 40 mil ambulantes da cidade.
"Nós ganhamos de 6 a 0 deles no futebol, mas eles dão de 10 a 0 na questão dos ambulantes."
A Guarda Civil Metropolitana anunciou que vai manter hoje o mesmo efetivo que vem mantendo nos últimos dias na Paulista - 36 homens e nove carros.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.