São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


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SÃO PAULO
Cachorro assusta vizinhos
Moradora é "expulsa" por possuir rottweiler

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma família está sendo "expulsa" de um prédio em Higienópolis (zona sudoeste de São Paulo) porque mantém um rottweiler dentro do apartamento.
Moradora do edifício Liliana 3, na rua Itacolomi, Edina Weinschel Falkowicz, mãe de três filhos, recebeu 15 dias para se livrar do cachorro. "Estão me expulsando. Mato o Tigrão ou saio do prédio". O prazo expirou, mas ela diz que deixará o prédio até setembro.
No bairro, o rottweiler é conhecido por já ter arrastado sua dona em pelo menos três ocasiões.
Ele vive no apartamento desde que nasceu, três anos atrás. "Não imaginava que pudesse crescer tanto e ficar tão forte", diz Edina.
A síndica do prédio, Eleni Bianque, afirma que, se a ordem não for cumprida, os moradores vão acionar a Justiça. Para ela, a expulsão vale apenas para o animal. "Mas, se ela gosta tanto dele, vai ter de se mudar também."
A decisão tomada em reunião do condomínio também incluiu multa de R$ 150. Pelas normas do edifício, só estão autorizados animais de pequeno e médio portes.
Edina diz que Tigrão nunca mordeu ninguém. "A síndica tem um poodle que já me mordeu. É preciso acabar com a idéia de que rottweiler é assassino. Qualquer cachorro pode ser assassino."
Em razão do transtorno, Edina resolveu alugar uma casa em Pinheiros (zona sudoeste).
Ela deixará um bairro com fama de ser tolerante com cachorros. Higienópolis tem pelo menos dez pet shops. Há estacionamento para animais em padarias e supermercados. E o shopping da região, além de permitir o acesso de cães na coleira, criou um bebedouro especialmente para eles.
A polêmica envolvendo o rottweiler começou há dois anos. Os moradores do prédio exigiram que ele só circulasse pelo edifício de focinheira. "Não foi cumprido. Uma vez o cachorro subiu as escadas e deixou todo mundo apavorado. Ele é agressivo", diz Eleni.
Edina diz que mudou sua rotina para não desagradar moradores. "Levanto às 5h e saio com ele para passear. Nesse horário, não encontro ninguém. Quando volto, coloco a focinheira. Só entro pela garagem. No elevador, já cheguei a esperar quatro vezes para não subir acompanhada."
Para ela, o convívio do cachorro com o filho da empregada, de um ano, prova que ele não é violento. "Quando o bebê chora, Tigrão sai correndo para defendê-lo. Ele fica puxando a orelha do Tigrão, que não faz nada, só fica lambendo."



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