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SÃO PAULO
Cachorro assusta vizinhos
Moradora é "expulsa" por possuir rottweiler
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma família está sendo "expulsa" de um prédio em Higienópolis (zona sudoeste de São Paulo)
porque mantém um rottweiler
dentro do apartamento.
Moradora do edifício Liliana 3,
na rua Itacolomi, Edina Weinschel Falkowicz, mãe de três filhos,
recebeu 15 dias para se livrar do
cachorro. "Estão me expulsando.
Mato o Tigrão ou saio do prédio".
O prazo expirou, mas ela diz que
deixará o prédio até setembro.
No bairro, o rottweiler é conhecido por já ter arrastado sua dona
em pelo menos três ocasiões.
Ele vive no apartamento desde
que nasceu, três anos atrás. "Não
imaginava que pudesse crescer
tanto e ficar tão forte", diz Edina.
A síndica do prédio, Eleni Bianque, afirma que, se a ordem não
for cumprida, os moradores vão
acionar a Justiça. Para ela, a expulsão vale apenas para o animal.
"Mas, se ela gosta tanto dele, vai
ter de se mudar também."
A decisão tomada em reunião
do condomínio também incluiu
multa de R$ 150. Pelas normas do
edifício, só estão autorizados animais de pequeno e médio portes.
Edina diz que Tigrão nunca
mordeu ninguém. "A síndica tem
um poodle que já me mordeu. É
preciso acabar com a idéia de que
rottweiler é assassino. Qualquer
cachorro pode ser assassino."
Em razão do transtorno, Edina
resolveu alugar uma casa em Pinheiros (zona sudoeste).
Ela deixará um bairro com fama
de ser tolerante com cachorros.
Higienópolis tem pelo menos dez
pet shops. Há estacionamento para animais em padarias e supermercados. E o shopping da região, além de permitir o acesso de
cães na coleira, criou um bebedouro especialmente para eles.
A polêmica envolvendo o rottweiler começou há dois anos. Os
moradores do prédio exigiram
que ele só circulasse pelo edifício
de focinheira. "Não foi cumprido.
Uma vez o cachorro subiu as escadas e deixou todo mundo apavorado. Ele é agressivo", diz Eleni.
Edina diz que mudou sua rotina
para não desagradar moradores.
"Levanto às 5h e saio com ele para
passear. Nesse horário, não encontro ninguém. Quando volto,
coloco a focinheira. Só entro pela
garagem. No elevador, já cheguei
a esperar quatro vezes para não
subir acompanhada."
Para ela, o convívio do cachorro
com o filho da empregada, de um
ano, prova que ele não é violento.
"Quando o bebê chora, Tigrão sai
correndo para defendê-lo. Ele fica
puxando a orelha do Tigrão, que
não faz nada, só fica lambendo."
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