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Surge nova pista no seqüestro de repórter
Justiça decreta prisão temporária de manobrista acusado de desviar carro que foi usado para abordar funcionários da Globo
Segundo a polícia, é falsa a informação de que o veículo foi levado num assalto a mão armada; suspeito ainda não foi localizado
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
A polícia identificou mais um
suspeito de participação no seqüestro do jornalista Guilherme Portanova e do técnico Alexandre Calado, da equipe de reportagem da Rede Globo, que
foram mantidos reféns pela
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
A pedido da DAS (Divisão
Anti-Seqüestro), que investiga
o caso, o manobrista Luciano
José da Silva teve sua prisão
temporária decretada pela Justiça. Até ontem, ele ainda era
procurado pela polícia.
A polícia já havia divulgado o
retrato falado e as fotos de outros três suspeitos de envolvimento com o crime. Eles também estão foragidos.
A DAS passou a investigar o
envolvimento de Silva depois
de ter descoberto que um dos
carros usados no seqüestro
-um Vectra- na verdade foi
levado por um manobrista, e
não roubado, como haviam informado um dos proprietários
do estacionamento Stop Bem e
um de seus funcionários.
Após a descoberta da polícia,
um dos donos do estabelecimento, Renato Santos, disse
que mentiu para não perder o
seguro, que não cobre furtos.
Os funcionários da Globo foram seqüestrados no dia 12 de
agosto. Dois dias antes, o manobrista Manoel da Silva Filho
deu queixa à polícia afirmando
que havia sofrido um assalto a
mão armada no cruzamento
das ruas Campos Bicudo com
Pedrosa Alvarenga, na zona
oeste, enquanto levava um Vectra da porta de um restaurante
para o estacionamento.
O proprietário do estacionamento chegou a dar detalhes do
suposto roubo, mas, depois,
acabou confessando a farsa.
Segundo a versão da polícia,
foi Luciano José da Silva quem
pegou o veículo e sumiu. O acusado foi procurado em sete endereços, mas não foi achado.
Antonio Assunção de Olim,
delegado da DAS, confirmou o
pedido de prisão temporária de
Silva. Segundo Olim, o manobrista estava havia menos de
três dias trabalhando no estacionamento. Ainda de acordo
com o delegado, tanto o proprietário do estacionamento
quanto o funcionário que fez o
registro de roubo serão indiciados por comunicação falsa de
crime, que, segundo o artigo
340 da Lei de Contravenções,
prevê uma pena de um a seis
meses de detenção.
Guilherme Portanova e o técnico Alexandre Calado foram
seqüestrados num sábado de
manhã, quando saíam de uma
padaria próxima à Globo. Dois
homens obrigaram os dois a entrarem em um Vectra. Na noite
do sábado, Calado foi solto com
um DVD e a exigência para divulgar as imagens nele contidas
-com reivindicações do PCC.
No início da madrugada de
domingo, o vídeo foi divulgado
pela Rede Globo. Depois de
aproximadamente 41 horas de
seqüestro e de ter passado por
ao menos três cativeiros, Portanova foi libertado.
Caixa dois
O Ministério Público investiga a denúncia de que integrantes do PCC desviavam dinheiro
da própria facção. A suspeita
surgiu com o prisão de David
Sorur, conhecido como DVD,
um dos tesoureiros da facção
que morreu na cadeia.
Segundo o Ministério Público, os recursos arrecadados
com o tráfico de drogas e assaltos eram desviados antes de serem encaminhados para os
chefes regionais.
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