São Paulo, Quarta-feira, 22 de Setembro de 1999
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NA CÂMARA
Vereador do PFL diz que só vota contra a comissão quando tiver mais 'espaço'
Governistas mantém CPI pendente

JOÃO CARLOS SILVA
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O apoio que o prefeito Celso Pitta (PTN) busca na Câmara para aprovar projetos de seu interesse e vetar a nova CPI da máfia ainda depende de cargos que o Executivo precisa ceder ao PFL e ao PMDB, segundo a Folha.
O fato de a negociação não estar totalmente acertada impediu ontem que a CPI fosse votada na Câmara, segundo o vereador Toninho Paiva (PFL). Ele afirma que, enquanto não tiver mais "espaço" na administração, não votará contra a CPI.
"Os vereadores que dão sustentação à base governista procuram seu espaço. Como estamos nos aproximando das eleições, acho importante os partidos que apóiam o prefeito ter espaço na administração. E é isso que está causando uma série de problemas", disse o parlamentar.
O plano para que a CPI da oposição fosse arquivada ontem estava arquitetado desde a última quinta-feira, quando os governistas conseguiram 27 dos 28 votos necessários para vetar a CPI.
Como havia quatro vereadores fora da sessão na última quinta-feira, o enterro da CPI acabou adiado. Ontem, pouco antes da decisão, o acordo foi frustrado.
Sem o acordo, a proposta nem chegou a ser colocada em votação. Como os governistas sabiam que não haveria os 28 votos para vetar a proposta, eles não responderam a chamada e a sessão acabou por falta de quórum.
"Não sei o que está acontecendo com o Toninho Paiva. Ele chegou aqui calmo e saiu nervoso. Preciso falar com ele", disse ontem José Viviani Ferraz (PL), um dos principal articuladores contra a CPI.
O secretário de Comunicação de Pitta, Antenor Braido, afirmou ontem que há uma negociação política do Executivo com a cúpula do PTB e do PMDB.
Essa negociação envolveria apenas participação dos partidos no governo em troca de apoio na Câmara. Essa conversa já garantiu ao PTB a Secretaria da Habitação. O PMDB pode ficar com a Secretaria de Esportes.
Braido nega que o acordo envolva o veto à CPI. Ele disse que o PFL não participa do governo e também negou que haja, atualmente, uma discussão sobre essa possibilidade. "O Executivo não negocia individualmente com vereador ou com bancada", disse.
Apesar de Braido ter confirmado ontem a negociação com o PMDB, o secretário-geral do partido, Joogi Hato, negou que haja uma discussão sobre o assunto. "O PMDB não quer e não tem nenhum cargo no Executivo", disse.


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