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NA CÂMARA
Vereador do PFL diz que só vota contra a comissão quando tiver mais 'espaço'
Governistas mantém CPI pendente
JOÃO CARLOS SILVA
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
O apoio que o prefeito Celso Pitta (PTN) busca na Câmara para
aprovar projetos de seu interesse
e vetar a nova CPI da máfia ainda
depende de cargos que o Executivo precisa ceder ao PFL e ao
PMDB, segundo a Folha.
O fato de a negociação não estar
totalmente acertada impediu ontem que a CPI fosse votada na Câmara, segundo o vereador Toninho Paiva (PFL). Ele afirma que,
enquanto não tiver mais "espaço"
na administração, não votará
contra a CPI.
"Os vereadores que dão sustentação à base governista procuram
seu espaço. Como estamos nos
aproximando das eleições, acho
importante os partidos que
apóiam o prefeito ter espaço na
administração. E é isso que está
causando uma série de problemas", disse o parlamentar.
O plano para que a CPI da oposição fosse arquivada ontem estava arquitetado desde a última
quinta-feira, quando os governistas conseguiram 27 dos 28 votos
necessários para vetar a CPI.
Como havia quatro vereadores
fora da sessão na última quinta-feira, o enterro da CPI acabou
adiado. Ontem, pouco antes da
decisão, o acordo foi frustrado.
Sem o acordo, a proposta nem
chegou a ser colocada em votação. Como os governistas sabiam
que não haveria os 28 votos para
vetar a proposta, eles não responderam a chamada e a sessão acabou por falta de quórum.
"Não sei o que está acontecendo
com o Toninho Paiva. Ele chegou
aqui calmo e saiu nervoso. Preciso
falar com ele", disse ontem José
Viviani Ferraz (PL), um dos principal articuladores contra a CPI.
O secretário de Comunicação
de Pitta, Antenor Braido, afirmou
ontem que há uma negociação
política do Executivo com a cúpula do PTB e do PMDB.
Essa negociação envolveria apenas participação dos partidos no
governo em troca de apoio na Câmara. Essa conversa já garantiu
ao PTB a Secretaria da Habitação.
O PMDB pode ficar com a Secretaria de Esportes.
Braido nega que o acordo envolva o veto à CPI. Ele disse que o
PFL não participa do governo e
também negou que haja, atualmente, uma discussão sobre essa
possibilidade. "O Executivo não
negocia individualmente com vereador ou com bancada", disse.
Apesar de Braido ter confirmado ontem a negociação com o
PMDB, o secretário-geral do partido, Joogi Hato, negou que haja
uma discussão sobre o assunto.
"O PMDB não quer e não tem nenhum cargo no Executivo", disse.
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