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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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RIO

Prefeitura investiu R$16 milhões na obra

Feira nordestina dá lugar a novo centro de cultura regional no Rio

FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de 58 anos de existência, a feira dos nordestinos do Rio de Janeiro ganhou, no último fim de semana, status oficial de centro de tradições, com direito a inclusão no roteiro turístico da prefeitura.
A feira surgiu após a construção da estrada Rio-Bahia, quando muitos nordestinos migraram para a cidade. O ponto final era o Campo de São Cristóvão, na zona norte da cidade. Amigos e parentes que aguardavam os conterrâneos aproveitavam para vender comidas típicas e tocar música.
A prática cresceu e passou a ocupar todo o entorno do pavilhão de São Cristóvão. A prefeitura investiu R$ 16 milhões para reformar o pavilhão e abrigar a feira nele, criando o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.
Com um cabrito comprado para o almoço, a comerciante cearense Rosália de La Cruz, 32 afirma que a feira é o único lugar onde encontra a iguaria. "Se acabar isso aqui, morreu o Rio de Janeiro para os nordestinos", diz.
Na noite de sábado o espaço foi oficialmente inaugurado. Um público formado principalmente por jovens assistiu aos shows de Agnaldo Timóteo, Trio Nordestino, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Forroçacana. A comemoração se estendeu até ontem.

Críticas
Com a obra, os feirantes, que antes montavam e desmontavam as barracas de ferro, adquiriram pontos fixos com infra-estrutura de luz, gás, água, esgoto e telefone.
Mas a mudança também aumentou os custos fixos: os feirantes agora pagam entre R$ 1.500 e R$ 72 mil reais pelo ponto. Antes, só pagavam taxas de água e de luz.
Dona da Bodega Potiguar, Shirley Barbosa da Silva, 41, reclama da falta de mesas e de cadeiras. "Está tudo desorganizado."
Para o presidente da Coopcampo (cooperativa dos barraqueiros da feira de São Cristóvão), Agamenon de Almeida, não há como se livrar dos "eternos insatisfeitos". Segundo ele, a troca da precariedade das antigas instalações pelo novo espaço modernizado deve aumentar em 80% o número de frequentadores do local.


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