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Estagnação na década de 60 afastou público
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a biblioteca fechada por 18 meses, quem
mais vai sofrer são os sem-teto -maioria entre as
500 pessoas que freqüentavam o local por dia.
"O pessoal de albergue
passa o dia lendo jornal,
mas não incomoda", diz
uma funcionária, apontando os cobertores nas
grades da biblioteca.
O que afastou o público
pesquisador do acervo da
Mário de Andrade? "Ela ficou parada na década de
60, parou de investir e as
pessoas foram procurar
nas universitárias", diz a
coordenadora do Sistema
Municipal de Bibliotecas,
Maria Zenita Monteiro.
"Enquanto as universitárias cresceram, pela proximidade com as pós-graduações, a Mário de Andrade minguou", concorda
a diretora do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros)
da USP, Ana Lucia Lanna.
Ainda hoje o segundo
maior acervo de livros do
Brasil, atrás da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro, a Mário de Andrade teve seu apogeu entre 1940 e
1950 -quando o geógrafo
Aziz Ab'Saber, 82, professor emérito da USP, passava sábados e domingos estudando com Florestan
Fernandes e intelectuais.
"Hoje a Mário de Andrade ficou à margem do interesse de muita gente", diz
Ab'Saber.
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