|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Favela tem população jovem
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
A favela de Heliópolis tem
moradores com perfil jovem
-49% deles têm até 22
anos, segundo o IBGE.
A favela ocupa área de 1
milhão de m2 -quase o tamanho do parque Ibirapuera, na zona sudoeste de São
Paulo.
Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, a favela possui 9.000 barracos, onde moram 50 mil pessoas. Já
a Unas (União dos Núcleos,
Associações e Sociedades de
Heliópolis e São João Clímaco) diz haver 80 mil pessoas
morando na favela.
De acordo com a Unas,
40% da população de Heliópolis é analfabeta ou semi-analfabeta. A grande maioria (75%) vem do Nordeste
do país.
A renda média dos moradores é de até três salários
mínimos.
Segundo José Geraldo de
Paula Pinto, coordenador de
projeto de cooperação da
Unas), a favela tem uma
"classe média", formada pelos moradores que ocupam
casas de alvenaria e apartamentos em conjuntos residenciais populares na região
central da área.
"É como se esse espaço
fosse um condomínio ou
uma gleba, pois se destaca da
região periférica da favela,
mais degradada", disse Pinto. Nessa gleba morariam
cerca de mil famílias, de um
total de 17 mil maior risco.
As áreas de maior risco,
principalmente de desmoronamentos em época de
chuvas, seriam ocupadas
por 3.000 famílias.
De acordo com Pinto, os
aluguéis de casas de alvenaria na favela variam de R$
250 a R$ 300. Já para comprar uma casa, o interessado
tem de gastar entre R$ 10 mil
(na área de risco) e R$ 30 mil
(na área "nobre").
Segundo José Geraldo Pinto, pouco mais de um quinto
das ruas não são asfaltadas
-das 63 ruas, 12 não são pavimentadas. Apenas duas
ruas não são iluminadas, e
90% delas possuem rede de
esgoto.
Pinto disse que a maioria
das casas é construída por
meio de mutirões, chamados de "autoconstrução".
"Só que ninguém tem escritura desses imóveis", afirmou o coordenador.
De acordo com dados da
Secretaria da Segurança Pública, no segundo semestre
de 98, o distrito policial da
região de Heliópolis registrou, em média, oito homicídios por mês.
De acordo com a Unas, a
principal causa de morte na
população masculina da favela é o homicídio.
Texto Anterior: Guerra urbana: Tráfico decreta toque de recolher e faz escolas de SP dispensar seus alunos Próximo Texto: "Soldados" do tráfico avisam horário Índice
|