DA REPORTAGEM LOCAL

Foi fechado por outro carro? O motorista lerdo não sai do caminho? Não passou o cruzamento porque o carro da frente parou no sinal amarelo? Cleber de Camargo Campos, 21, não pensa duas vezes: tudo é motivo para apertar a buzina com gosto.
O analista de sistemas se encaixa no perfil dos motoristas que se exaltam com facilidade no trânsito de São Paulo. Tanto que recentemente instalou uma buzina mais potente no carro.
"Sou estourado quando estou ao volante", ele admite.
Cleber Campos mora no município de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e, em decorrência de seu trabalho, viaja todos os dias para a capital, onde faz visitas aos clientes. As regiões onde ele mais aciona a buzina são o centro e Santo Amaro, na zona sul. "Lá não se respeita nada."
Porém o analista de sistemas explica que não são somente as "barbeiragens" dos outros motoristas que o irritam: "Ter que andar com o vidro fechado e olhar pelo retrovisor toda hora para ver se não vem nenhum assaltante também me deixa nervoso. É a tensão do trânsito misturada com a tensão da violência. Com isso tudo junto, é praticamente impossível ficar calmo".
(RICARDO WESTIN)


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