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BARBARA GANCIA
Fórmulas para boi dormir
Veja que interessantes alguns dos ensinamentos contidos no livro "Casos & Coisas",
publicado pela Editora Globo, em
2002: "O povo se cansou de ataques. Repudia aqueles candidatos
que, em vez de ocupar seu tempo
de televisão para falar de si mesmo e de seus projetos, gastam todos os seus minutos agredindo
adversários. Já se foi o tempo em
que a tática da destruição funcionava. O povo não é bobo -bobo
é quem pensa que ele é. É lógico
que uma crítica aqui e ali ou uma
denúncia, quando feitas em tom
sério, sem sensacionalismo e com
provas, podem funcionar. Mas
acusações pessoais são perda de
tempo. Gol contra (pág. 175)".
Segure firme, que vem mais blablablá: "A mulher candidata, por
sua vez, tem que ter uma postura
elegante, mas firme. Ficar o tempo todo alegando que é vítima de
preconceito porque é mulher e
coisas do gênero é admitir uma
inferioridade que não existe na
cabeça do eleitor (pág. 133)".
E ainda: "Reeleição é como vestibular. Para quem fez tudo direitinho, nos quatro anos de mandato, a aprovação é certa, quase automática. Agora, quem deixa tudo para a última hora, vai para o
segundo turno e acaba se ferrando (pág. 183)."
Esses preceitos não passariam
de generalizações sobre como
conduzir uma corrida eleitoral, se
o autor do livro não estivesse empenhado em uma campanha em
que não aplicou, até agora, nenhuma das fórmulas que prega.
Quem é ele? Ora, ninguém menos do que o publicitário Duda
Mendonça, responsável pela campanha do PT para reeleger a prefeita Marta Suplicy.
Recomendo fervorosamente ao
nobre leitor que visite a exposição
"Happyland Vol. 2", dos arquitetos Isay Weinfeld e Márcio Kogan, que está no Museu da Casa
Brasileira até 14 de novembro. A
mostra passa ao largo da arte de
organizar espaços e se concentra
na crítica à violência urbana.
Não vou revelar o teor das bem-humoradas instalações para não
estragar a surpresa. Digo apenas
que saí de lá sem saber se ria, tremia de medo ou chorava.
Continuam debochando de Arnold Schwarzenegger em seu papel mais dramático, o de governador da Califórnia. Pois eu digo
que, atualmente, não há político
mais interessante nos EUA. O exterminador consegue aliar o rigor
republicano nos gastos públicos a
posições sociais e culturais geralmente defendidas pelos democratas mais liberais. É uma lufada de
ar fresco em um cenário político
cada vez mais polarizado.
QUALQUER NOTA
Casseta & Planeta
Para que Yara Baumgart "brinde o sucesso" de sua entrevista
à "Veja", o empresário João
Dória Jr. presenteou a dondoca
com duas taças de cristal.
Espírito de porco
Gostaria de entender a lógica
que move a malhação de Rubens Barrichello na semana que
antecede cada edição do GP
Brasil de F-1. Quem ganha com
a enxurrada de críticas ao piloto tapuia com mais chances de
vencer a corrida? Desta vez,
conseguiram até inventar que
ele teria se gabado de ser melhor do que Schumacher. E o
pior é que, se ele vencer, dirão
que foi o alemão que deixou.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia
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