São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006

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Octogenárias ficam bem longe da imagem clássica da vovozinha

DA REPORTAGEM LOCAL

Elas são octogenárias, mas nem de longe lembram a imagem clássica da vovozinha. Para começar, detestam cozinhar. A principal diversão é jantar com amigas, ir ao teatro e ao cinema e viajar.
E também beber uma cervejinha ou um bom vinho porque também são filhas de Deus. Outro ponto em comum entre Elza Wick, 80, e Lygia Zambianco da Silveira, 79, é o fato de terem recentemente recorrido a cirurgiões plásticos para "pequenos reparos".
Elza estreou no mundo da plástica com uma correção das pálpebras, no mês passado. Lygia, professora aposentada de São José do Rio Preto (SP) e que mora em São Paulo, já fez lifting na face, tirou excesso de pele no pescoço e, neste mês, optou por bioplastia no rosto.
Mãe de um casal de filho e avô de três netos, Elza diz que se orgulha de, naturalmente, não ter rugas. "Deve ser genético. Mamãe morreu aos 94 anos com o rosto lisinho. Só tenho uma bochechinha de cachorrinho." Ela reclama que, nos últimos tempos, tem andado meio esquecida.
Afirma que a plástica nas pálpebras foi para retirar o excesso de pele que estava atrapalhando a visão. "Estava incomodando." Também nega ser vaidosa. "Não uso cremes ou maquiagem."
Já Lygia fez sua primeira plástica logo após a morte do marido, em 1993. "Fiquei muito triste, com rosto caído." Há nove anos, fez a segunda, uma retirada de pele do pescoço. "Agora, perto dos 80, não quis mais nada que envolvesse cortes. Fiquei bem satisfeita com a bioplastia."
Ela também não descuida da limpeza e da hidratação da pele. O creminho antes de dormir e aos acordar é sagrado. Também não fica sem um batom e um pozinho no rosto. E adora nadar e tomar sol desde a juventude.
Antes de se aposentar, aos 54 anos, nadava nos fins de semana. Depois, passou a freqüentar o clube todos os dias. Agora, nada duas vezes por semana e diariamente caminha 50 minutos.
Elza confessa a preguiça. "Caminho pouco, sou muito vagabunda para sair caminhando. Gosto mesmo é de chegar na garagem, pegar o carro e sair por aí. Tiro a bunda da cadeira de casa e coloco a bunda na poltrona do carro", brinca. Nos dois últimos anos, evita as estradas.
Ela também não gosta de sol. "Não suporto. Quando preciso sair, uso um chapéu. O calor me abaixa a pressão."
Lygia passa longe da cozinha. Viúva e sem filhos, ela vive sozinha em um apartamento nos Jardins, em São Paulo. Recebe diariamente as refeições em marmitas . "Termino de almoçar e jogo tudo no lixo. Só lavo meu prato, os talheres e o copo. Para mim, nem precisava ter cozinha."
Elza, que mora em Santos com a filha e a neta, não chega a tanto. Não gosta de cozinhar, mas orienta a empregada a fazer muita salada verde e verduras cozidas, seus pratos prediletos. Ela não come carne vermelha e nem de frango.
Mas não dispensa uma cerveja ou vinho tinto, dependendo do prato. "Na semana passada fomos comer pizza e bebi sozinha uma garrafa de cerveja. Ainda brinquei com o garçom: "não tem um barril?" (CC)


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