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Octogenárias ficam
bem longe da imagem clássica da vovozinha
DA REPORTAGEM LOCAL
Elas são octogenárias, mas
nem de longe lembram a imagem clássica da vovozinha. Para começar, detestam cozinhar. A principal diversão é
jantar com amigas, ir ao teatro
e ao cinema e viajar.
E também beber uma cervejinha ou um bom vinho porque
também são filhas de Deus.
Outro ponto em comum entre
Elza Wick, 80, e Lygia Zambianco da Silveira, 79, é o fato
de terem recentemente recorrido a cirurgiões plásticos para
"pequenos reparos".
Elza estreou no mundo da
plástica com uma correção das
pálpebras, no mês passado.
Lygia, professora aposentada
de São José do Rio Preto (SP) e
que mora em São Paulo, já fez
lifting na face, tirou excesso de
pele no pescoço e, neste mês,
optou por bioplastia no rosto.
Mãe de um casal de filho e
avô de três netos, Elza diz que
se orgulha de, naturalmente,
não ter rugas. "Deve ser genético. Mamãe morreu aos 94
anos com o rosto lisinho. Só tenho uma bochechinha de cachorrinho." Ela reclama que,
nos últimos tempos, tem andado meio esquecida.
Afirma que a plástica nas
pálpebras foi para retirar o excesso de pele que estava atrapalhando a visão. "Estava incomodando." Também nega
ser vaidosa. "Não uso cremes
ou maquiagem."
Já Lygia fez sua primeira
plástica logo após a morte do
marido, em 1993. "Fiquei muito triste, com rosto caído." Há
nove anos, fez a segunda, uma
retirada de pele do pescoço.
"Agora, perto dos 80, não quis
mais nada que envolvesse cortes. Fiquei bem satisfeita com
a bioplastia."
Ela também não descuida da
limpeza e da hidratação da pele. O creminho antes de dormir e aos acordar é sagrado.
Também não fica sem um batom e um pozinho no rosto. E
adora nadar e tomar sol desde
a juventude.
Antes de se aposentar, aos
54 anos, nadava nos fins de semana. Depois, passou a freqüentar o clube todos os dias.
Agora, nada duas vezes por semana e diariamente caminha
50 minutos.
Elza confessa a preguiça.
"Caminho pouco, sou muito
vagabunda para sair caminhando. Gosto mesmo é de
chegar na garagem, pegar o
carro e sair por aí. Tiro a bunda
da cadeira de casa e coloco a
bunda na poltrona do carro",
brinca. Nos dois últimos anos,
evita as estradas.
Ela também não gosta de sol.
"Não suporto. Quando preciso
sair, uso um chapéu. O calor
me abaixa a pressão."
Lygia passa longe da cozinha. Viúva e sem filhos, ela vive sozinha em um apartamento nos Jardins, em São Paulo.
Recebe diariamente as refeições em marmitas . "Termino
de almoçar e jogo tudo no lixo.
Só lavo meu prato, os talheres
e o copo. Para mim, nem precisava ter cozinha."
Elza, que mora em Santos
com a filha e a neta, não chega
a tanto. Não gosta de cozinhar,
mas orienta a empregada a fazer muita salada verde e verduras cozidas, seus pratos prediletos. Ela não come carne
vermelha e nem de frango.
Mas não dispensa uma cerveja ou vinho tinto, dependendo do prato. "Na semana passada fomos comer pizza e bebi
sozinha uma garrafa de cerveja. Ainda brinquei com o garçom: "não tem um barril?"
(CC)
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