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Projetos diminuíram falta dos professores e indisciplina
DA REPORTAGEM LOCAL
Os prédios são bonitos, bem
conservados, os professores
vão trabalhar com gosto, os estudantes, como sempre, têm lá
suas reclamações, mas demonstram afetividade para
com a escola. E tudo isso acontece na rede pública.
As Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental)
Presidente João Pinheiro, na
Vila Matilde, zona leste de São
Paulo, e Amorim Lima, na zona
oeste, optaram por mudar a
metodologia de ensino para solucionar dois problemas: a falta
de comprometimento de alguns professores e a indisciplina de parte dos alunos.
A mudança na Amorim Lima
aconteceu há três anos, quando
os pais e a escola decidiram acabar com as salas de aula de segunda até a oitava séries e instituir a figura dos tutores, que
orientam os estudantes.
A sala de aula virou um grande salão com diversos grupos
que, a cada pouco, vão fazer
pesquisas nos computadores
para solucionar os problemas.
A diretora, Ana Elisa Siqueira, conta que a participação dos
pais é enorme. "A comunidade
é diversificada. Como a escola
fica perto da USP, há pais que
fazem mestrado e há os que
têm escolaridade menor."
"O que a gente sentia é que
era tudo muito acomodado.
Com a entrada da comunidade
na escola, as questões começaram a ser discutidas. No início,
um dos problemas era os professores faltosos. E isso mudou", conta Regina Carmen
Chaves, 50, que tem um filho na
oitava série e outro que já concluiu o ensino fundamental.
Na João Pinheiro, da zona
leste, os estudantes sofriam um
impacto ao ingressar na quinta
série. Trocavam o professor fixo dos primeiros anos do ensino fundamental por uma gama
de docentes, em aulas curtas. O
resultado era a indisciplina e a
rejeição aos que lecionavam.
No entanto, esse era o retrato
até 1984. Desde então, optou-se
por adotar um professor só. Para ter esse "superdocente", há
reuniões de estudo, resolução
de exercícios e planejamento.
"A criança é acolhida e o índice
de evasão é mais baixo", diz a
diretora, Aparecida Inocência
dos Santos.
Em ambos os casos, as escolas obtiveram notas próximas à
média do país na Prova Brasil,
avaliação realizada pelo Ministério da Educação.
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