São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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Quatro estavam na casa onde morreu vítima

em Fortaleza

Como sempre fazia todos os dias, a empregada doméstica Maria Helena Gabriel da Costa chegou ontem para trabalhar por volta das 7h30.
Ela trocou de roupa, tomou café da manhã e foi varrer o quintal da casa onde trabalhava.
Pouco depois, enquanto varria o quintal, Maria Helena foi atingida por uma das asas do bimotor Brasília. Ela morreu na hora.
A empregada doméstica foi a única das vítimas do acidente com o avião que morreu em terra, e tinha 37 anos.
Ela trabalhava na casa da aposentada Rosa Pereira de Almeida, 76, havia sete anos.
Na casa de Rosa moram mais nove pessoas. Três delas, além de Maria Helena, estavam em casa na hora do acidente.
A filha de Rosa, Maria de Fátima Pereira, 50, disse que estava na cozinha quando ouviu o barulho do avião.
"Só tive tempo de gritar "valha meu Deus' e sair correndo. De repente vi aquele fogaréu todo. Peguei minha mãe e corri para a rua", disse Maria de Fátima

Lavando roupa
Na hora do acidente, a sobrinha de Maria de Fátima, Cícera Pereira Bernardo, 20, lavava roupa no tanque, que fica no quintal da casa.
Ela foi a última a ver Maria Helena viva. "Só ouvi um barulho forte vindo do céu e, de repente, aquele estrondo, muita fumaça e fogo", disse.
No desespero para fugir da queda do avião, Cícera saiu correndo, caiu e acabou machucando o braço.
Os outros moradores do local -quatro sobrinhos, duas irmãs e um tio de Maria de Fátima- não estavam em casa na hora do acidente.
Os sobrinhos tinham ido para a aula e os outros já haviam saído para o trabalho.
"A gente tem que agradecer a Deus por não ter ocorrido uma tragédia maior", disse Maria de Fátima.
Ela afirmou ainda: "Meus sobrinhos vivem brincando ali naquele quintal e, se estivessem em casa, certamente teriam morrido também".
(FC)



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