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SEGURANÇA
Algemado a companheiro, condenado por estupro invade casa comercial, ameaça suicídio e se rende após 3 horas
Preso foge, mata policial e faz 5 reféns em SP
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Dois presos de
uma delegacia
de São Paulo escaparam ontem
de um carro da
polícia, invadiram uma casa e
fizeram cinco
reféns. Na fuga, um dos detentos
atirou nos dois policiais da escolta
-um morreu na hora e o outro
foi levado ao hospital. Após mais
de três horas com os reféns, os
presos se renderam.
Por volta das 12h, Paulo Mendes
das Neves, 20, e Mauro Borges da
Silva, 36, presos por estupro e
atentado violento ao pudor, eram
levados de volta à delegacia depois
de atendidos em pronto-socorro.
Do banco de trás de um Santana
da Polícia Civil, Neves conseguiu
tomar a arma que estava entre as
pernas do investigador William
Teixeira, 31, que dirigia o carro.
Em seguida, atirou na cabeça
dos policiais e fugiu, levando Borges algemado a ele.
O investigador Mauro Gomes,
42, que estava no banco do carona, morreu na hora. Seu colega foi
operado no Hospital das Clínicas
e, até o fechamento desta edição,
estava na UTI em estado grave.
Após os tiros, os presos entraram em uma casa da Associação
Comercial de São Paulo, na rua Simão Álvares, em Pinheiros (zona
sudoeste). Três mulheres e dois
homens, entre eles o auxiliar administrativo Giovano Oliveira
Guimarães, 26, ficaram fechados
numa sala com os dois.
"Ele (Neves) disse que estava arrependido de atirar no policial.
Mas nós começamos a ficar com
medo depois que ele ameaçou se
matar", diz Guimarães.
O refém conta que Neves estava
muito nervoso, dizendo que morreria se voltasse à prisão. Foi convencido a não se matar pelos reféns e pelo companheiro de ação.
Durante a negociação com a polícia, que durou cerca de uma hora
e meia, reféns foram sendo libertados. Os fugitivos chegaram a pedir um carro e chave para as algemas, mas não foram atendidos.
A negociação só avançou depois
que o segurança Osias Hermes das
Neves, 47, pai do preso, chegou ao
local, a pedido do filho. Ele convenceu o filho a se entregar.
"O Paulo (Neves) chorava muito. Percebi que estava menos resistente e que poderia se render",
disse o delegado Carlos Eduardo
Duarte de carvalho, 31, delegado
do Grupo Especial de Resgate, que
chefiou a negociação -feita pela
janela da casa.
Depois da libertação de quatro
reféns, Neves concordou em se
render. A única garantia dada aos
presos foi que não haveria represálias nem seriam machucados.
Neves e Borges voltaram ao 14º
DP e foram autuados em flagrante
por uma tentativa e um homicídio
consumado.
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