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Remédio não é solução para todos, diz médico
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
O Xenical é, sim, uma excelente
notícia para muitos obesos, mas
ninguém deve invadir a cozinha
esperando estar a salvo das gorduras. Acompanhamento médico e
dieta balanceada continuam fazendo parte do cardápio.
A recomendação é dos especialistas e tem sido repetida nos encontros que o laboratório Roche
vem fazendo com médicos.
"É um bom remédio, mas não é
a solução de todos os obesos; é
uma terapêutica que vai ajudar,
mas não é a pílula da felicidade",
afirma Alfredo Halpern, presidente da Abeso, Associação Brasileira
de Estudos da Obesidade.
"O Xenical não deve ser visto
como milagreiro, pois não vai resolver todos os problemas de obesidade", diz Mario Carra, endocrinologista do Hospital das Clínicas. Sua ação dependerá, por
exemplo, dos hábitos alimentares
da pessoa. Quem tem uma alimentação rica em carboidratos -doces e massas- e pobre em gordura não se beneficiará do remédio.
Esta também é a preocupação da
professora Jocelem Mastrodi Salgado, que chefia a equipe de nutrição humana da Esalq, Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiróz, de Piracicaba.
"A alimentação do obeso é
composta de 60% a 70% de carboidratos que serão transformados
em gordura; esse tipo de gordura
não é quebrada pela ação do medicamento", afirma.
O endocrinologista Renato Di
Dio, presidente do conselho da
Abeso, chama a atenção para a necessidade de um controle da alimentação. "Se a pessoa acha que
pode comer qualquer coisa, o remédio não ajudará."
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