São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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Remédio não é solução para todos, diz médico

AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local

O Xenical é, sim, uma excelente notícia para muitos obesos, mas ninguém deve invadir a cozinha esperando estar a salvo das gorduras. Acompanhamento médico e dieta balanceada continuam fazendo parte do cardápio.
A recomendação é dos especialistas e tem sido repetida nos encontros que o laboratório Roche vem fazendo com médicos.
"É um bom remédio, mas não é a solução de todos os obesos; é uma terapêutica que vai ajudar, mas não é a pílula da felicidade", afirma Alfredo Halpern, presidente da Abeso, Associação Brasileira de Estudos da Obesidade.
"O Xenical não deve ser visto como milagreiro, pois não vai resolver todos os problemas de obesidade", diz Mario Carra, endocrinologista do Hospital das Clínicas. Sua ação dependerá, por exemplo, dos hábitos alimentares da pessoa. Quem tem uma alimentação rica em carboidratos -doces e massas- e pobre em gordura não se beneficiará do remédio.
Esta também é a preocupação da professora Jocelem Mastrodi Salgado, que chefia a equipe de nutrição humana da Esalq, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, de Piracicaba.
"A alimentação do obeso é composta de 60% a 70% de carboidratos que serão transformados em gordura; esse tipo de gordura não é quebrada pela ação do medicamento", afirma.
O endocrinologista Renato Di Dio, presidente do conselho da Abeso, chama a atenção para a necessidade de um controle da alimentação. "Se a pessoa acha que pode comer qualquer coisa, o remédio não ajudará."



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