São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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TJ mantém prisão de promotor acusado de assassinar a mulher

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve ontem, por 18 votos a 7, a prisão preventiva do promotor Igor Ferreira da Silva, acusado de matar a advogada Patrícia Aggio Longo, sua mulher.
Foi a segunda vez que o advogado de defesa do promotor, Márcio Thomaz Bastos, tentou revogar, em vão, a prisão de seu cliente.
Com a nova negativa, Bastos decidiu impetrar, na próxima segunda-feira, um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.
Igor está preso, desde o último dia 7, em um quarto no batalhão da cavalaria da Polícia Militar de São Paulo, no bairro da Luz (região central). O promotor sustenta que tem sido vítima de uma armação. Ele nega, veementemente, que tenha tido qualquer envolvimento no assassinato da mulher.
O promotor foi preso após a Procuradoria Geral de Justiça descobrir que os advogados Eger e Iudi Ferreira da Silva, irmãos de Igor, teriam pago a um preso (Genivaldo Ramos) para assumir a responsabilidade pela morte de Patrícia. O procurador-geral, Luiz Antonio Guimarães Marrey, entendeu que Igor, com a atitude dos irmãos, estava atrapalhando o andamento das investigações.
Ana Lúcia Ferreira Leite, mulher de Ramos, será ouvida amanhã pelo desembargador Domingos Franciulli Netto a respeito do assunto. Segundo informações de Marrey, ela participou das negociações com o preso e chegou a receber parte do pagamento.
Patrícia foi assassinada, com dois tiros na cabeça, em junho, perto da entrada de um condomínio fechado em Atibaia. No dia 29, Franciulli Netto vai interrogar, no Fórum de Atibaia, sete testemunhas de acusação do caso, entre eles o delegado Fernão Dias da Silva Leme, um ex-amigo de Igor que foi o primeiro a apurar o caso.



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